UFMA REALIZA AULA INAUGURAL PARA PRIMEIRA TURMA DE PEDAGOGIA DA TERRA
UFMA REALIZA AULA INAUGURAL PARA PRIMEIRA TURMA DE PEDAGOGIA DA TERRA
Este é o primeiro curso de graduação voltado para o “campo” que reúne 100 estudantes, entre jovens e adultos
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), com o apoio da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), realizou na manhã da última quarta-feira, 28, a aula inaugural dos alunos do curso de Pedagogia da Terra.
Este é o primeiro curso de graduação voltado para o “campo”, que reúne 100 estudantes, entre jovens e adultos, de vários povoados e municípios do estado. Como as estatísticas do MEC demonstram um maior grau de analfabetismo e menor desempenho no estado, o Pronera, com o apoio da UFMA, desenvolve projeto para expandir a qualidade do ensino nessas regiões carentes e formar docentes capacitados, com certificado reconhecido.
O Programa oferece aulas desde o ensino fundamental até o ensino médio, preparando os estudantes para concorrer ao vestibular e ingressarem no ensino superior com qualidade. Segundo a coordenadora do Pronera, Adelaide Coutinho, a implantação deste curso foi a realização de um trabalho de 12 anos, que vinha sendo desenvolvido para a educação no Maranhão.
“O Programa é financiado pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário, pelo Incra, pelas universidades brasileiras e por parceiros do Pronera. Este curso já funciona a nível nacional, porém não o tínhamos aqui no estado, e esta é a primeira turma do curso de Pedagogia da Terra. Futuramente, pensamos na implantação do curso de pós-graduação”, informa Adelaide.
As aulas são semi-presenciais com 4.380 horas, e 70% dos professores são do departamento dos cursos da UFMA e 30% de outras universidades, sendo que os estudantes participam de oficinas, seminários, palestras, além das aulas em sala.
Na mesa de abertura, o super-intendente do Incra, Benedito Terceiro, agradeceu à UFMA pela oportunidade de ser parceiro deste programa e pela importante formação do desenvolvimento cultural. A assessora de Interiorização da UFMA, Cenidalva Teixeira, também agradeceu o apoio que a UFMA tem concedido para expansão do ensino nas zonas rurais do estado, a fim de formar educadores com licenciatura e contribuir para a inclusão social.
O reitor em exercício, Antônio Oliveira, que também compôs a mesa de abertura, declarou que os estudantes e professores têm um papel fundamental para a Universidade, com a função de transformar o panorama social do estado. “Vocês deixarão suas marcas na Universidade e levarão consigo a principal luz, que é ‘a luz do conhecimento’ ”, finalizou.
Além destes, fizeram parte da mesa a supervisora do Pronera junto ao Incra, Valéria Rodrigues; o presidente do Diretório Central Estudantil (DCE), Gustavo Santos; a diretora do Colégio Universitário (Colun), Raimunda Silva; o diretor de Estado do Movimento Sem-Terra (MST), Jonas Borges; a diretora da Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA), Ana Paula Souza; o representante do Observatório de Políticas Públicas e Luta Social, José Falopes; a coordenadora do curso de Pedagogia da Terra, Adelaide Coutinho; e o coordenador do Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), Ribamar de Sá.
Depoimentos de alguns alunos do curso::
“Meu objetivo é alcançar minhas metas de aprendizado, transmitindo meu conhecimento adquirido à comunidade, e estou muito satisfeita por conhecer e ter acesso a coisas novas”.
Cláudia de Lima Cavalcante, 34 anos.
Povoado Palmeiral em Esperantinópolis – MA, a 350 km da capital
“Achei muito interessante a criação do curso de ‘Pedagogia’, por nos dá acesso à educação, o que faz com que tenhamos uma visão crítica da sociedade e possamos intervir, buscando conhecimento de vida para o campo. Muito obrigada à UFMA por nos propiciar este momento de grande valia”.
Maria Leomar Pereira de Sousa, 24 anos
Comunidade Agovila Kênio em Lagoa Grande – MA, a 365 km da capital
“É muito gratificante ser a primeira turma do curso no estado, e estou muito feliz pela Universidade ter visto a classe ‘pobre’ no interior do Estado e levado a educação até a nossa região”.
Josivan da Silva Lima, 23 anos
Comunidade Alto Bonito em Lagoa Grande – MA, a 365 km da capital
”A minha trajetória estudantil na escola parou devido às condições existentes e depois de 40 anos e com muita luta, consegui voltar à sala de aula, no que fiz o ensino fundamental, concluindo em 98, depois fiz o magistério, em que me formei em 2005, trabalhei como coordenador pedagógico de uma escola, e a minha perspectiva é não ficar apenas na pedagogia, e sim fazer o que for possível, mesmo com 57 anos, para continuar estudando, caso haja uma especialização, fazê-la, e muito contribuir para a formação da minha região, estudando até onde puder”.
Ildo Lopes de Sousa, 57 anos
Assentamento Centro Aparecida Ludovico em Lago do Junco – MA, a 350 km da capital
FONTE: http://www.ufma.br/noticias/noticias.php?cod=8103