UFMA AVANÇA NO ATENDIMENTO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS.

Segundo a jornalista Keyle Monteiro, que estudou na UFMA no período de 1989.1 a 1994.2, as instalações do Campus Bacanga estavam longe de serem acessíveis em sua época de estudante. “Os prédios eram munidos de escadarias, sem dispor de rampas ou similares. Existiam portas de salas de aula que, de tão estreitas, não permitiam a entrada de pessoas portadoras de deficiência física, que ficavam assistindo às aulas do lado de fora da sala, no corredor”. 

Este quadro se estendia ao transporte coletivo que não apresentava adaptação alguma, como elevadores nas portas ou cadeiras reservadas para portadores de necessidades especiais. O descaso com a pessoa portadora de deficiência advinha da ausência de políticas que objetivassem oferecer uma assistência adequada a este público específico, na UFMA. 

Com a gestão do Reitor Natalino Salgado, essas necessidades começaram a ser atendidas. As barreiras físicas estão sendo superadas através do trabalho da Prefeitura de Campus, que promove a construção de rampas, o alargamento de portas, maçanetas, construção de banheiros acessíveis, disponibilização de ônibus com elevador, entre outros. Já as barreiras atitudinais, relativas à conscientização da comunidade acadêmica sobre a questão e a assistência prestada aos estudantes e funcionários para o desenvolvimento de suas atividades, são de responsabilidade do Núcleo de Acessibilidade, que funciona desde julho de 2010. 

O técnico administrativo e coordenador do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NAPNEE) do Colégio Universitário (Colun), Mayk da Silva Machado, que é portador de cegueira total, fala sobre os avanços alcançados. “O prédio da Biblioteca Central já dispõe de rampa, corrimão e piso tátil direcional, o que facilita o acesso. Hoje, o público que circula pela UFMA já é mais solidário com as pessoas portadoras de deficiência em comparação com o período no qual eu comecei a frequentar a Universidade, em 2006”, declara. 

Atualmente, o portador de necessidades especiais possui mais chances de conseguir uma vaga na UFMA, tanto como aluno quanto como funcionário. “A legislação evoluiu bastante nesta área, considerando-se que a prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e de concurso para técnicos administrativos podem ser aplicadas de forma a atender às necessidades especiais dos candidatos, assim como é realizada a capacitação de docentes para atendimento deste público específico”, ressalta Keyle Monteiro, que faz parte da Assessoria de Comunicação da Instituição. 

O Núcleo de Acessibilidade se destaca neste cenário com serviços que permitem aos alunos ter acesso ao conteúdo das aulas. Gilson Nascimento dos Santos, estudante do 2º Período do Curso de Administração que possui baixa visão, tece considerações sobre estes serviços. “Recebo a assistência do Núcleo desde o primeiro período, que disponibiliza o material das aulas ampliado e impresso ou em arquivo digital, sem falar na concessão de equipamentos como notebooks e lupas eletrônicas”, pontua. 

Evandro Guimarães, Profº Drº do Departamento de Desenho e Tecnologia e coordenador do Núcleo de Acessibilidade, destaca-se na confecção de equipamentos de tecnologia assistiva. Entre seus inventos, estão a lupa eletrônica e a almofada para cadeira de rodas. 

A lupa eletrônica, que é composta por uma webcam (dessas utilizadas em computador), uma saboneteira (utilizada como base ou suporte) e dois pares de roda de carrinho de brinquedo, foi criada para atender ao conceito de equipamento barato, fácil de ser fabricado em qualquer lugar do Brasil e para indivíduos com no mínimo 15% de visão. O funcionamento da lupa se dá da seguinte maneira: a pessoa desloca o equipamento sobre o texto e a imagem aparece na tela do computador, ligado por um cabo USB. 

“O diferencial desse equipamento para os demais é que a maioria das lupas é utilizada em aparelhos de televisão, que possuem emuladores e câmera de alta precisão, o que torna o equipamento muito caro e com pouco acesso para a maioria dos deficientes. Um equipamento como este custa em torno de R$ 1.300 a R$ 1.500, e o que desenvolvi custa apenas R$ 42”, explica Evandro. 

A outra criação do pesquisador é a almofada para cadeiras de rodas que visa evitar o aparecimento de escaras, feridas causadas ao sentar por longos períodos em almofadas sem distribuição adequada de pressão, em pacientes com lesão medular. O tempo de montagem dura em média 20 minutos e os produtos usados são: câmaras de bicicleta, elásticos, um saco de farinha, clipes de latinhas de refrigerante, duas bolas de plástico e uma prancha de madeira. No mercado, os produtos custam aproximadamente R$ 30. De fácil mobilidade, ela também pode ser enviada pelos correios. 

Para mais informações, entrar em contato com o Núcleo de Acessibilidade da UFMA pelo telefone (98) 3301-8053 ou pelo e-mail acessibilidade@ufma.br 

Edição: Lauralice Portela

 

fonte: http://www.ufma.br/noticias/noticias.php?cod=10395

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