UE tem que resolver crise "sozinha", diz vice da Comissão Europeia
UE tem que resolver crise “sozinha”, diz vice da Comissão Europeia
BEATRIZ FARRUGIA
DA ANSA, EM SÃO PAULO
O vice-presidente da Comissão Europeia, o italiano Antonio Tajani, afirmou que a Europa “tem que resolver sozinha seus problemas”, ao comentar a possibilidade do bloco receber ajuda de países emergentes para sair da crise econômica.
Em entrevista exclusiva à Ansa, Tajani explicou que a superação da crise requer reformas “na governança econômica e [adoção de] instrumentos de convergência”, além da retomada da “competitividade” e do “crescimento”.
“A Europa tem que resolver sozinha seus problemas, concentrando-se em reformas para reforçar a governança econômica e instrumentos para a convergência, assim como já está fazendo”, disse Tajani, que inicia amanhã uma visita ao Brasil.
Segundo ele, “esse resultado pode ser alcançado mais facilmente com a diplomacia econômica europeia, que já tem, e tenho certeza que no futuro terá sempre mais, um papel fundamental”.
“Precisamos de mais Europa, não de menos Europa. E também de mercados internacionais com menos barreiras econômicas, o que é uma grande vantagem para nós, europeus, e para nossos partners econômicos”, disse o vice-presidente da Comissão Europeia, que também ocupa o cargo de comissário europeu para a Indústria e Empreendedorismo.
BRASIL
Tajani chega nesta quinta-feira ao Brasil, acompanhado de uma comitiva formada por mais de 30 empresários e industriais europeus. Ele vai se reunir com a presidente Dilma Rousseff em Brasília e, na sexta-feira, viaja para São Paulo.
“A visita ao Brasil é uma oportunidade para facilitar a cooperação entre Brasil e União Europeia em setores chave para o crescimento e a competitividade, como inovação industrial e pesquisa, e reforçar a cooperação entre as pequenas e médias empresas”, disse o vice-presidente da Comissão Europeia.
Ressaltando que “o Brasil está crescendo muito, não só economicamente, mas também politicamente”, o italiano afirmou que a União Europeia (UE) quer fortalecer suas relações com os países emergentes.
“Mas a Europa está convencida de que os laços históricos e culturais, e a amizade existente com o Brasil, fazem de Brasília um partner privilegiado de Bruxelas”, comentou.
Tajani contou ainda que a UE espera que o Brasil seja também “um partner que nos ajude, no G20, a reescrever as regras de finanças e da economia internacional”.
“Um mercado global mais aberto, com regras claras e efetivas, no qual o Brasil possa dar sua grande contribuição, possa ajudar a economia global inteira, e a economia europeia também, a superar a crise”, disse.
Durante sua estadia no Brasil, Tajani deve participar da assinatura de acordos, cujo objetivo é facilitar a integração dos mercados, o acesso às matérias-primas e o intercâmbio de conhecimento.
“Ao Brasil interessa o know-how europeu, e à União Europeia interessa desenvolver o próprio know-how com empresas brasileiras, assim como o acesso às matérias-primas, não somente em função da exploração, mas também para um uso mais sustentável e eficiente dos recursos. Estamos interessados em colaborar, particularmente, na área das energias renováveis, na qual o Brasil è um dos primeiros produtores do mundo”, informou.