TUMULTO E REVOLTA NA FILA DO BOLSA ESCOLA EM SÃO LUÍS
TUMULTO E REVOLTA NA FILA DO BOLSA ESCOLA EM SÃO LUÍS
Douglas Jr./O Estado
SÃO LUÍS – Beneficiários do programa federal Bolsa Escola se manifestaram ontem, em frente à Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), no Centro, contra a desorganização no recadastramento, após o atendimento ter sido encerrado no local depois de apenas 30 minutos após o início. Houve discussão, empurra-empurra e troca de acusações em uma confusão generalizada entre os mais de 300 beneficiários do programa, que aguardavam atendimento e funcionários do órgão. O prazo para recadastramento se estende até sexta-feira, dia 29. Quem não o fizer terá o benefício suspenso a partir de 1º de março.
A confusão começou por volta das 8h, quando foram distribuídas apenas 100 senhas para atendimento, o que causou revolta nos demais. Alguns esperavam desde as 4h, enquanto outros afirmaram ter dormido na calçada para garantir atendimento. O impasse foi resolvido após os manifestantes chamarem a imprensa. Eles insistiram em permanecer em frente ao prédio da Semcas, onde uma fila foi formada e novas senhas distribuídas. O atendimento a essas pessoas foi agendado.
A aposentada Guilhermina Etelvina de Oliveira, de 69 anos, disse que havia chegado por volta de 5h30 ao posto de atendimento situado na Rua do Sol, Centro. De lá, foi encaminhada para a Semcas, onde não havia conseguido recadastrar os netos, até as 10h. “Fui humilhada por esses brutamontes que se dizem funcionários públicos. Eles disseram que não iam me atender e que eu podia chamar quem eu quisesse. Fui muito desrespeitada”, reclamou.
Revoltada, Benedita de Jesus Costa Pinheiro, que reside em uma palafita na Fé em Deus, também reclamou da forma como os beneficiários foram tratados por funcionários da Semcas. “Eles falaram coisas horríveis para nós. Xingaram os idosos e não permitiram que entrássemos. Ficaram o tempo todo debochando, como se a gente fosse lixo”, esbravejou.
A viúva Cleide Charles Barbosa Silva, que chegou ao local às 6h, disse que não foram dadas explicações às pessoas que estavam na fila, o que provocou revolta. “Eles simplesmente disseram que as senhas do dia haviam acabado e que não atenderiam mais ninguém. Eu achei isso um absurdo, pois o atendimento, que deve ir até as 17h, acaba às 8h30. Sinceramente, isso não existe”, complementou.
Procurados por O Estado, os assistentes sociais responsáveis pelo recadastramento das famílias não quiseram dar explicações. Apenas a atendente Gisele Ribeiro dos Santos se colocou à disposição e garantiu que todos seriam atendidos e que o recadastramento é programado para a atualização de dados de um número limitado de clientes. “Atendemos 100 pessoas por dia e só fechamos as portas depois que todos saem com o recadastramento concluído. Acontece que muitos deixaram para recadastrar na última hora, o que causou a aglomeração”, explicou.
Gisele dos Santos disse não ter presenciado a confusão entre funcionários e beneficiários do programa, pois no momento estava ausente da recepção. “Posso garantir que todos são capacitados, treinados para dar o melhor atendimento possível às pessoas, pois esse foi um dos investimentos da Prefeitura. No entanto, se houve algum desentendimento, pedimos desculpas”, finalizou.
FONTE: http://imirante.globo.com/noticias/2010/10/27/pagina257626.shtml