Trabalhadores de frigoríficos preparam ato pelo fim das demissões

A Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo) e os sindicatos filiados estão intensificando a mobilização da categoria, para a manifestação que será realizada em São Paulo, no dia 10 de outubro, em local a ser definido. Segundo Melquíades de Araújo, presidente da entidade, o ato será pela manutenção dos empregos no setor de frigoríficos.

A pauta abarca ainda  o fim das demissões nas unidades do grupo JBS; a reivindicação de que o BNDES não empreste dinheiro para empresas sem garantia de empregos e que o governo do Estado de São Paulo e as empresas cheguem a uma solução com o setor sobre o ICMS.

Negociação

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, esteve na reunião realizada na Fetiasp na última segunda-feira (26), com a direção da Federação e sindicatos filiados. Ele relatou todas reuniões feitas com o governo e a empresa para reverter 1,3 mil demissões de empregados e fechamento do frigorífico de Presidente Epitácio, do grupo JBS.

Paulinho contou que ele, em conjunto com Araújo, presidente da Fetiasp e Carlucio Gomes da Rocha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de Presidente Prudente, estiveram com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, além do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e a direção do grupo JBS para tratar do assunto.

“O BNDES”, disse Paulinho, “ tem cerca de 32% do capital do grupo; o ministro Lupi tem sob a sua coordenação o Codefat, que repassa dinheiro para o BNDES e o governador Alckmin discute com o setor de frigoríficos a devolução do crédito de ICMS”.

Só para esclarecer, no Estado de São Paulo o ICMS para o setor é zero. Quando o frigorífico compra boi em pé no Mato Grosso paga 12% de ICMS e traz o animal para abater em São Paulo, onde quer receber o crédito do ICMS. A alíquota de quanto será pago à empresa é que está em negociação. O governo estadual pode chegar a uma proposta para solucionar o problema com as empresas, mas ela deve ser submetida ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que começa nesta quinta-feira (29) e termina na sexta (30), em Manaus (AM).

Demissões

A JBS atribui as demissões ao problema do ICMS de São Paulo. No entanto, a empresa já havia anunciado a reestruturação do grupo e realizou demissões em São Paulo, no Paraná e em Minas Gerais. Na sexta-feira (23), o grupo demitiu 100 empregados no frigorífico em Barretos (SP), segundo Luís Carlos Anastácio, o Paçoca, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da cidade.

Dulce Helena Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Araçatuba, informou que há um ano e meio, depois da fusão do grupo JBS com a Bertin, foram dispensados cerca de cinco mil trabalhadores das unidades do grupo nas cidades de Lins, Guaiçara, Andradina, Guararapes.

Em São Paulo, a empresa ameaça demitir 300 dos 2.300 trabalhadores, destacou Carlos Vicente de Oliveira, presidente do sindicato da categoria. Na sua avaliação, as negociações com o setor de carnes é delicada. Desde 2009, foram fechados quatro frigoríficos (de outros grupos) em São Paulo: Independência, Margem, Bom Charque, Quatro Marcos e Tatuibi.

Sobre as demissões de Presidente Epitácio, informou Carlucio, a procuradora do município disse que suspenderá as rescisões dos contratos de trabalho com os demitidos pelo JBS porque não houve negociação com os trabalhadores e sindicato.

Da redação, com assessoria

 

FONTE: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=165225&id_secao=8

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