Sindicatos da Grécia convocam nova greve contra ajustes financeiros
Sindicatos da Grécia convocam nova greve contra ajustes financeiros
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os dois principais sindicatos da Grécia convocaram nesta segunda-feira um greve geral para a próxima terça contra as medidas de austeridade financeira implantadas para evitar a falência do país.
Os novos ajustes, pedidos pela União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional), são considerados como uma “crônica de uma morte anunciada” pelos setores sindicais. Eles reclamam contra o corte de 20% a 30% nos salários para fazer frente à crise da dívida.
De acordo com a agência de notícias local ANA, os trabalhadores dos setores privado e público farão uma manifestação na praça Sintagma, no centro de Atenas, na manhã desta terça-feira.
SEM ACORDO
No domingo (5), terminou sem acordo uma nova reunião entre líderes gregos sobre as medidas de austeridade exigidas pela comunidade internacional em troca de uma nova parcela de ajuda à Grécia.
As conversas serão retomadas na segunda. Segundo nota do governo, há acordo em princípio sobre os temas centrais. Entre as medidas está a limitação do gasto público em 1,5% do PIB.
No sábado (4), a Grécia anunciou que chegou a um acordo com os credores internacionais sobre a forma de recapitalizar seus bancos.
À beira da falência, Atenas deve encerrar as negociações com credores estrangeiros sobre o resgate e obter a aprovação política a ele para garantir que fundos comecem a escoar em tempo para o país pagar os 14,5 bilhões de euros em títulos com vencimentos em meados de março.
Mas as negociações com sua “troika” de credores internacionais são difíceis por conta das exigências deles para que o governo reduza custos trabalhistas removendo bônus de férias e diminuindo o salário mínimo – propostas que são fortemente opostas por líderes de partidos políticos gregos.
COMPROMISSO
Cada vez mais frustrados com a incapacidade de Atenas de executar as reformas necessárias para estimular a economia grega atingida pela recessão, credores estrangeiros exigiram provas do compromisso do país com os cortes de gastos antes de distribuir mais dinheiro.
Eles querem que todos os chefes políticos do país – que estão ansiosos em não ser diretamente relacionados com as dolorosas reformas enquanto se preparam para eleições em abril – apoiem as medidas, independentemente dos resultados nas urnas.
“Os líderes políticos gregos devem oferecer seu compromisso com o programa”, disse uma fonte próxima aos credores. “Não serão aprovados mais empréstimos se não o fizerem”.