SINDICATOS APRESENTAM PLANO PARA EVITAR FECHO DA GROUNDFORCE EM FARO
SINDICATOS APRESENTAM PLANO PARA EVITAR FECHO DA GROUNDFORCE EM FARO
A reunião que juntou ontem os representantes da administração e dos trabalhadores da Groundforce durou praticamente um dia. No encontro, os sindicatos apresentaram propostas para evitar o encerramento da escala de Faro e viabilizar uma operação que gera oito milhões de euros de prejuízos.
O plano, com previsões a um ano, inclui transferências, pré-reformas e rescisões por mútuo acordo. E teria um custo de cinco a seis milhões de euros. Já há nova reunião agendada para sexta-feira.
Apesar de a administração da empresa de handling e de a TAP, detentora de 49,9 por cento do capital, já terem garantido que o fecho da base é irreversível, os sindicatos continuam a acreditar que é possível poupar parte dos 336 postos de trabalho. Em vez do despedimento colectivo, defendem um plano a 12 meses que inverta as perdas da base de Faro.
De acordo com José Simão, do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) a proposta passa pela transferência de parte dos trabalhadores para outras bases, já que a empresa também tem operação em Lisboa, Porto e Madeira. “Poderá haver cerca de 150 pessoas transferidas”, avançou ao PÚBLICO.
Além desta medida, os sindicatos propuseram ainda que fossem apresentados planos de reforma e pré-reforma a “20 ou 30 trabalhadores”, bem como rescisões amigáveis “com pessoas que estejam disponíveis a sair, por mútuo acordo, da empresa”. Neste caso, poderão ser abrangidos outros 30 postos de trabalho. Houve ainda propostos no sentido de “flexibilizar os horários de trabalho”, mantendo mais pessoal no activo nos períodos de pico, como o Verão.
“Temos um plano a 12 meses que permitirá à Groundforce ter uma situação financeira equilibrada, mesmo que sem lucros substanciais. Mas a empresa também tem de se comprometer a encontrar clientes”, afirmou José Simão. Estas propostas poderão acarretar custos “entre cinco e seis milhões de euros”, disse, acrescentando que “é um valor muito mais baixo do que aquele que seria gasto com indemnizações [entre dez e 11 milhões de euros], subsídios de desemprego e perda de impostos”.
Os representantes da Groundforce o não deram, para já, uma resposta definitiva. Ficou agendada uma nova reunião para a próxima sexta-feira, pelas 14h30, durante a qual se discutirá, novamente, o despedimento colectivo na base de Faro. Contactada pelo PÚBLICO, a empresa não quis fazer comentários. “Faremos declarações quando terminarem as negociações”, afirmou fonte oficial.