Servidores do Executivo voltam a ameaçar governo com greves

Servidores do Executivo voltam a ameaçar governo com greves

CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA

Representantes de carreiras do topo do funcionalismo público do Executivo se reuniram nesta quinta-feira, em Brasília, para definir o calendário e a pauta de negociações salariais com o governo. A greve está entre os planos das categorias.

Estiveram presentes na reunião porta-vozes dos delegados da Polícia Federal, dos auditores fiscais da Receita e do Trabalho e dos funcionários do CGU (Controladoria Geral da União) e da AGU (Advocacia Geral da União).

O governo terá até abril para negociar com os trabalhadores, que pretendem intensificar o rigor das fiscalizações e fazer greve, em última instância.

“O governo acaba incomodado com a fiscalização, porque a população começa a reclamar de demora nos atendimentos, de aumento no número de empresas auditadas, por exemplo. É uma forma de criar pressão”, informou o delegado Marcos Leôncio, diretor da ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal).

As principais reivindicações dos funcionários são reposição inflacionária dos salários, política salarial fixa e equivalência de tratamento entre o funcionalismo dos três poderes.

“Hoje tem edital do Senado em que o nível médio ganhará mais do que o inicial em muitas carreiras de nível superior do Executivo. Essa brutal diferença é um dos grandes motes dessa campanha”, afirmou Leôncio.

O encontro entre os representantes, que já estava marcado desde 2011, coincidiu com a morte do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, principal interlocutor entre o governo e os funcionários.

Duvanier faleceu de infarto do miocárdio na madrugada desta quinta-feira (19). O corpo foi velado no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O sepultamento ocorrerá amanhã à tarde, no Cemitério de Congonhas, em São Paulo.

Com a notícia, há um clima de indefinição e expectativa sobre quem irá substituir o secretário. Interinamente, o responsável pelo setor é a secretária-adjunta Marcela Tapajós.

Sem Duvanier como mediador, os representantes das carreiras pretendem buscar apoio político para pressionar o governo. Já contam com a adesão do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), líder do partido na Câmara, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), relator do orçamento.

“Eles se manifestaram para facilitar a relação governo-classe. São lideranças que têm acesso ao governo. Queremos que o governo e a presidência fiquem sensíveis à necessidade de se negociar”, disse o delegado.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1036875-servidores-do-executivo-voltam-a-ameacar-governo-com-greves.shtml

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