SECRETÁRIO-GERAL DA UNITA CONTINUA GREVE DE FOME NO HUAMBO

SECRETÁRIO-GERAL DA UNITA CONTINUA GREVE DE FOME NO HUAMBO

 

Luanda, 09 fev (Lusa) — O secretário-geral da UNITA, maior partido da oposição angolana, continua em greve de fome junto do Comando Provincial da Polícia do Huambo para exigir a libertação de um militante “injustamente detido”, disse hoje à Lusa o porta-voz do partido.

A greve de fome do general Abílio Kamalata Numa dura há quase 72 horas e foi iniciada na segunda-feira, depois do militante do “Galo Negro”, António Kaputo, ter sido detido no Bailundo quando procurava erguer uma bandeira da UNITA.

De acordo o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, o Procurador Provincial do Huambo deverá tomar ainda hoje uma decisão sobre a detenção.

A UNITA diz que a detenção surgiu depois do soba (autoridade tradicional) da aldeia ter “impedido” a colocação da bandeira num momento em que o secretário-geral do maior partido da oposição angolana se preparava para visitar a região.

Em declarações à Lusa na terça-feira, Kamalata Numa acusou o Governo de exercer “práticas claras de intolerância política” através da “manietação dos sobas”, colocando este protesto numa perspetiva alargada de “exigência de respeito democrático” em todo o país.

O comandante da Polícia Nacional do Huambo, Elias Livulo, disse à Lusa não haver justificação para o protesto de Kamalata Numa porquanto a detenção foi de “um cidadão normal que cometeu uma ação” passível de abordagem judicial e não como militante partidário.

Segundo Livulo, a Polícia Nacional no Huambo já entregou o caso à procuradoria, órgão competente para “agilizar o caso”, aguardando agora uma decisão judicial.

“Não sei por que é que o deputado Numa está a polemizar o caso. A polícia prendeu um cidadão que cometeu uma ação e não porque é militante da UNITA, como estão a fazer crer”, disse Elias Luvulo.

Abordagem que é contestada pelo secretário-geral da UNITA, que só terminará a greve de fome quando for libertado o militante do partido “injustamente detido”.

O dirigente da UNITA afirmou à Lusa que a detenção “foi totalmente injustificada e contra os princípios da lei angolana”, considerando ainda que o seu protesto, na forma de greve de fome, deve-se ainda a “várias manifestações de intolerância política” sofridas pelos militantes do seu partido em diversos pontos de Angola.

“Estamos perante um claro recuo na afirmação de democracia na sociedade angolana e a UNITA não pode permitir que os seus militantes sejam perseguidos por meras razões políticas”, disse, explicando que a “intolerância” tem sido mais evidente em províncias como o Huambo, Benguela, Bié e Kwanza Norte.

 

FONTE: http://noticias.sapo.cv/lusa/artigo/12127640.html

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