Risco espanhol atinge maior patamar da era do euro

Risco espanhol atinge maior patamar da era do euro

DA EFE, EM MADRI
DE SÃO PAULO

A remuneração dos títulos da dívida espanhola com prazo de dez anos atingiram um novo patamar recorde nesta terça-feira, sendo negociados a juros de 6,8% (taxa anual) no mercado.

Esse taxa está muito próxima do patamar de 7%, considerado “perigoso” por especialistas econômicas, por praticamente inviabilizar que um país continue a se financiar na praça financeira.

O chamado “prêmio de risco”, que mede a diferença em relação aos títulos alemães de mesmo vencimento, bateu a marca dos 533 pontos, isto é, 13 pontos acima do fechamento de ontem.

No mesmo horário, os títulos alemães eram negociados com uma remuneração prevista de 1,41% ao ano.

Essa nova marca histórica pode ser interpretada como uma manifestação renovada de pessimismo dos mercados em relação ao cenário da Espanha, apesar da ajuda de € 100 bilhões (US$ 125 bilhões) prometida pelo bloco europeu.

Segundo a equipe de estrategistas da Self Bank, essa trajetória pode ser vista como uma demonstração de que os investidores ainda não têm uma imagem clara do impacto da ajuda europeia para o processo de resgate dos bancos espanhóis.

Além desse fator, também há expectativas em relação às novas eleições gregas, marcadas para este domingo, quando concorrem grupos políticos a favor e contra as exigências europeias para ajudar o país.

MERCADO DE TÍTULOS

Para captar recursos no mercado financeiro, países tradicionalmente vendem títulos de dívida pública, que pagam juros ao portador.

Em geral, se um país está em boas condições financeiras, consegue vender papéis com a promessa de uma remuneração mais baixa.

Países às voltas com problemas de caixa, no entanto, enfrentam a situação contrária: para atrair compradores dispostos a topar um risco maior, precisam prometer uma remuneração mais atraente.

A Alemanha, hoje uma das economias mais robustas do bloco europeu, tem conseguido vender a títulos com remuneração praticamente nula.

Os demais países, portanto, têm seu risco comparado a esse “porto seguro” europeu.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1103498-risco-espanhol-atinge-maior-patamar-da-era-do-euro.shtml

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