Reunião no Incra-MA tratará de regularização de terras e violência
POR JULLY CAMILO
Representantes do governo federal e lideranças indígenas, quilombolas, sem-terras, além de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) vão se reunir na manhã da próxima sexta-feira (30) em São Luís. A reunião acontecerá na sede do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra-MA), no Anil, e o objetivo do encontro é dar cumprimento ao acordo firmado com os governos federal e estadual, que trata, entre outros assuntos, da agilidade nos processos de regularização de terras e do combate à violência no campo.
Cerca de 250 quilombolas, índios e sem-terras que ocuparam a sede do Incra por cinco dias, no fim de agosto, com várias manifestações, entre elas o bloqueio dos dois portões do órgão, voltaram para suas comunidades no dia 1º de setembro, depois da promessa de que seriam recebidos pelo presidente nacional do Incra, Celso Lacerda, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, além de representantes da Funai e Fundação Palmares. No entanto, a assessoria de Comunicação do Incra-MA informou o Jornal Pequeno ontem, sem esclarecer mais detalhes, que o ministro Florence não participará do encontro da sexta-feira, que será conduzido pela CPT.
As lideranças querem definir durante a reunião qual o montante de recursos que será liberado ao Maranhão, dos R$ 400 milhões que o governo federal destinará à implantação de assentamentos no país.
Na última ocupação do órgão, as comunidades acampadas cobraram do superintendente do Incra no Maranhão, José Inácio Rodrigues Sodré, respostas sobre a celeridade na conclusão dos processos, visitas técnicas e emissão de relatórios.
Representantes indígenas das etnias Krikati, Guajajara e Krenyê, que na oportunidade também aderiram ao movimento, relataram que a população indígena também sofre com a precariedade nas áreas da saúde e educação, além das disputas de terras provocadas pela interferência dos não-indígenas.
Em agosto, foi a segunda vez que movimentos sociais ocuparam a sede do Incra em São Luís. Em junho, os quilombolas ficaram 14 dias acampados no local.
O JP apurou que uma comissão da CPT e de cinco regiões quilombolas está em Brasília para participar de reuniões com representantes do Incra, Fundação Palmares e do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDE). As lideranças estariam tentando uma conversa direta com a presidente República, Dilma Rousseff.
Índios e lavradores que ocuparam a sede do Incra no final de agosto chegam a São Luís na madrugada de sexta-feira, a fim de acompanharem de perto a reunião com os representantes do governo federal.
FONTE: http://www.jornalpequeno.com.br/2011/9/29/reuniao-no-incra-ma-tratara-de-regularizacao-de-terras-e-violencia-171756.htm