Repressão a protestos deixa ao menos 14 mortos na Síria

Repressão a protestos deixa ao menos 14 mortos na Síria

DA FRANCE PRESSE, EM DAMASCO

Apesar das pressões internacionais, às quais a Turquia somou-se nesta quarta-feira com sanções econômicas e financeiras, a repressão continua na Síria, onde ao menos 14 civis morreram por disparos das forças de segurança. Sete membros das forças leais ao ditador Bashar al Assad também morreram durante os confrontos.

Nove civis, entre eles um adolescente de 12 anos, morreram nesta quarta-feira na região de Idleb (noroeste) e cinco em Homs (centro), segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido.

Enquanto isso, “violentos enfrentamentos entre as forças de segurança e desertores” deixaram sete mortos entre as forças de segurança do regime em Dael, perto de Deraa onde nasceu o movimento de contestação em meados de março, de acordo com a mesma fonte.

A televisão pública anunciou hoje a libertação de “912 detidos”.

A repressão aos protestos já provocou a morte de mais de 3.500 pessoas, segundo um registro da ONU divulgado no início de novembro.

RELATÓRIO E SANÇÕES

Na segunda-feira, a Comissão Independente de Investigação sobre a Síria, delegada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, publicou um relatório concluindo que as autoridades sírias cometeram crimes contra a Humanidade ao reprimir as manifestações.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU se reunirá na sexta-feira em uma sessão especial sobre os direitos humanos na Síria a pedido da União Europeia.

A Turquia decidiu adotar as sanções determinadas pela Liga Árabe, que incluem a suspensão das transações comerciais e as linhas de crédito com o governo sírio e entre os bancos centrais dos dois países.

O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, disse ainda que a Turquia vai suspender sua cooperação estratégica com a Síria e bloqueará o fornecimento de armas.

Os Estados Unidos estimam que “a liderança mostrada pela Turquia em resposta à brutalidade e à violação dos direitos fundamentais do povo sírio isolará o regime de Assad”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor.

REUNIÃO

Paralelamente, a Organização de Cooperação Islâmica (OCI) realizou uma reunião extraordinária nesta quarta-feira em Jeddah (oeste da Arábia Saudita) sobre a situação na Síria, com a presença do chanceler sírio, Walid Mualem.

Os ministros de Relações Exteriores do OCI pediram que o regime de Assad a “responder às decisões da Liga Árabe”.

Em um comunicado, também pedem que Damasco “interrompa imediatamente o uso de uma força excessiva contra os civis” e “evitar no país o risco de uma internacionalização da crise”, e exorta todas as partes “a renunciar à violência e a recorrer a meios pacíficos”.

O chefe da OCI, o turco Ekmeledin Ihsanoglu, lembrou sua “oposição a uma nova intervenção militar” no país.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1014691-repressao-a-protestos-deixa-ao-menos-14-mortos-na-siria.shtml

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *