Queremos Grécia com euro, diz presidente da Comissão Europeia
Queremos Grécia com euro, diz presidente da Comissão Europeia
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou nesta terça-feira que o grupo quer a permanência da Grécia na zona do euro, apesar da crise da dívida pública que o país passa.
As declarações vem pouco depois de a comissária europeia de Agenda Digital, Neelie Kroes, dizer que não seria “nenhum drama” a saída da Grécia do grupo de países da moeda única.
“Sempre se repete que se deixamos sair um país ou pedirmos para que ele parta, se derruba a estrutura, mas isso não é verdade”.
Ela também pediu ao governo grego que acelere as reformas, que “deixam muito a desejar” e “não dão nenhuma garantia de que o país vá na direção correta”.
A representante afirmou que a principal responsabilidade das autoridades do país é “permanecer na zona do euro”, mas que não seria “nenhum drama” a saída da moeda única.
Apesar das declarações, Kroes disse que não é partidária da saída da Grécia da zona do euro.
EUROGRUPO
O presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, afirmou, em entrevista ao jornal suíço “Le Temps” nesta terça-feira, que a Grécia continuará na zona do euro e a moeda sobreviverá à crise da dívida.
“Grécia continuará na zona do euro, porque nenhuma outra opção é factível, nem para Atenas, nem para o resto dos países que têm a moeda única”.
Sobre o futuro do euro, ele afirma que a moeda será estável daqui a 20 anos. “O euro será uma moeda estável e protegerá o poder de compra interno dos países que o adotem, que serão muito mais numerosos que hoje em dia”.
O representante do Eurogrupo ainda disse que o euro será moeda de reserva ao mesmo tempo que o yuan e o dólar e servirá como instrumento de luta contra o que chama de “declive relativo” europeu.
“Ter um euro forte é a única possibilidade de a Europa competir com as potências emergentes”.
CONTA
Nesta terça, em declarações a uma rádio alemã, Juncker disse apoiar a proposta de criação de uma conta bloqueada para a Grécia depositar o valor correspondente aos juros da dívida do país. A medida foi sugerida pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, na segunda (6).
“Não é má a ideia de criar uma conta extraordinária para que nossos amigos gregos paguem também as suas dívidas”, afirmou Juncker, em declarações à emissora RBB.
Ele disse que a proposta deve ser analisada com cuidado, já que o problema está sempre nos detalhes e reconheceu que não estudou a iniciativa profundamente. O representante do Eurogrupo confirmou que não existirão novas ajudas para a Grécia enquanto o governo do país não realiza reformas suplementares para aumentar a poupança.
No entanto, Juncker lembrou que, caso não haja novos auxílios, a Grécia entrará inevitavelmente em falência em meados de março, e finalizou dizendo que “não é uma ameaça, mas uma descrição da situação atual”.
REUNIÃO
Líderes gregos enfrentam difíceis conversas nesta terça-feira para garantir um novo resgate internacional a fim de que o país evite um caótico default da dívida, presos entre as exigências da União Europeia (UE) para que aceitem dolorosas reformas agora e uma greve nacional contra mais medidas de austeridade.
O primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, negociou durante a maior parte da noite com concessores de empréstimos da UE e do Fundo Monetário Internacional, encerrando as conversas à meia-noite de segunda-feira, quando a greve de 24 horas estava prestes a começar, fechando portos e pontos turísticos e afetando o transporte público.
Papademos, um tecnocrata que caiu de paraquedas na liderança do governo grego no ano passado, precisa persuadir líderes dos três partidos em seu governo de coalizão a aceitarem as condições da UE e do FMI para um resgate de € 130 bilhões (US$ 170 bilhões).
“Precisamos encontrar uma solução hoje”, disse uma autoridade do governo antes das negociações entre os líderes, que devem começar no final do dia.
Com o futuro da Grécia na zona do euro em xeque, a chanceler alemã, Angela Merkel, pediu a Atenas na segunda-feira que decida rápido se vai aceitar o acordo e suas condições de reformas para tomar a economia mais competitiva que certamente levarão a grande redução no padrão de vida.