Protestos e paralisações agravam crise política no DF

Protestos e paralisações agravam crise política no DF

DE SÃO PAULO

O governador Agnelo Queiroz (PT) enfrenta uma crise política e institucional, com greves e protestos que comprometem serviços básicos e fecham ruas de Brasília.

Ontem, a aliança que elegeu governador com o mote “novo caminho” teve o primeiro revés. Pressionado pelo Diretório Nacional do PPS, que faz oposição ao governo de Dilma Rousseff, o secretário de Justiça do DF, Alírio Neto, decidiu se afastar do cargo por pelo menos 30 dias.

Ainda ontem, moradores da periferia de Brasília fecharam por cinco horas, com pneus queimados, uma rodovia que dá acesso a cidade. Os manifestantes pediam um melhor transporte público.

A situação mais grave é na segurança, com a Polícia Civil em greve há mais de um mês. Só há atendimento de emergência, com efetivo de agentes reduzido.

A Justiça considerou a greve ilegal, e a OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil), em nota, criticou a “incapacidade de negociação até agora demonstrada pelo governo”.

A crise deve se agravar no Distrito Federal a partir deste domingo, quando os agentes dos centros de internação de adolescentes infratores também entrarão em greve. Na semana passada, um adolescente de 16 anos morreu enforcado por um colega em um dos centros.

SAÚDE

Na saúde, alguns hospitais acumulam filas de espera de até 14 horas. Os enfermeiros estavam em greve até a semana passada e só realizavam atendimentos de emergência.

Ontem os eletricitários voltarem a trabalhar após 21 dias em greve –justamente no período que a chuva agrava as quedas de energia.

Na educação, a greve já está com data marcada: em março do ano que vem, logo após as aulas recomeçarem. Até lá, os professores ficarão em indicativo de greve.

Agnelo é investigado no Superior Tribunal de Justiça por supostos desvios de dinheiro ocorridos quando ele era ministro do Esporte.

Dos tempos em que ele era diretor da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agnelo viu ser aberta uma sindicância no órgão porque ele liberou a documentação de uma farmacêutica no mesmo dia em que recebeu R$ 5.000 de um lobista da empresa, conforme a Folha revelou.

Para tentar sair da crise, Agnelo Queiroz convocou nesta semana todos os secretários para cobrar resultados e novos projetos para 2012. Uma das ações discutidas foi a inauguração do Hospital da Criança, aberto ontem.

O governo afirma que trabalha para encerrar as greves e espera que os trabalhadores mantenham o efetivo mínimo exigido pela Justiça.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1011177-protestos-e-paralisacoes-agravam-crise-politica-no-df.shtml

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