PRORROGADA A CPI DA PEDOFILIA
PRORROGADA A CPI DA PEDOFILIA
Francisco Pianko, um dos principais acusados, deverá comparecer à tribuna na próxima semana
Leandro Chaves
A CPI da Pedofilia foi prorrogada por mais 30 dias. O requerimento foi aprovado durante a sessão da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) realizada ontem. As investigações acerca das denúncias contra o abuso sexual de crianças e adolescentes e a elaboração de um relatório final deverão ser concluídas até o dia 6 de dezembro.
Segundo o presidente da Aleac, deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), a prorrogação da Comissão Parlamentar de Inquérito foi solicitada após a confirmação do comparecimento de Francisco PiankoAshaninka – assessor especial para assuntos indígenas do governo do Estado e um dos acusados de pedofilia.
De acordo com o presidente da comissão, LuisTchê (PDT), o indígena prestará seu depoimento no próximo dia 10. “Tanto Francisco Pianko como os outros investigados irão se apresentar”, garantiu o parlamentar, que havia prometido rasgar seu diploma de deputado caso o Ashaninka não comparecesse às investigações.
“Passamos por uma eleição que atrapalhou o andamento dos serviços. Por isso decidimos prorrogar o prazo para darmos continuidade aos trabalhos”, explica Tchê. De acordo com o deputado, os próximos 30 dias serão dedicados tanto à conclusão das investigações como à elaboração e entrega do relatório final.
Dos 16 votos registrados na sessão de ontem, dois foram contrários à prorrogação da CPI da Pedofilia. A deputada Idalina Onofre (PPS), responsável por um desses votos, afirmou que a sua decisão foi tomada por acreditar que “a comissão não vai mais avançar. O que tinha de dar já deu e acho que Tchê vai precisar rasgar seu diploma”.
O segundo voto contrário foi declarado pelo deputado Nogueira Lima (DEM). “Fomos contra as decisões de prorrogar a mesma CPI em tentativas anteriores. Apenas mantemos a coerência”. O democrata gostaria de ouvir Pianko, mas não acredita que o indígena comparecerá à tribuna. “Acredito que Tchê vai rasgar mesmo o seu registro”.
Criada em maio de 2009, a CPI da Pedofilia já foi prorrogada outras duas vezes. Em cada uma dessas ocasiões 120 dias de trabalho foram acrescentados às investigações.
FONTE: http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=370678