PLANTIO DO CAJU MELHORA RENDA DE FAMÍLIAS NO MARANHÃO
PLANTIO DO CAJU MELHORA RENDA DE FAMÍLIAS NO MARANHÃO
SÃO LUÍS – Pequenos agricultores do Maranhão encontraram na colheita do caju uma forma de melhorar a renda das famílias. Boa parte da safra vai para a produção de cajuína, um refresco muito apreciado no Nordeste.
Um calor de deserto, beirando os 40º, faz brotar fartura na dureza do semi-árido maranhense.
As plantações ficam numa área de caatinga, numa terra esturricada pelo sol. Mas o caju se adaptou tão bem que os galhos estão carregados.
Vinte e três famílias de trabalhadores rurais de Timon, na divisa com o Piauí, encontraram na produção de cajuína, refresco natural típico da região, um modo de sair da pobreza.
Todo o sistema de produção, desde a colheita até o beneficiamento do caju, acontece em forma de mutirão. Quando termina a colheita de um é hora de ajudar ao outro.
O agricultor João Ermídio de Sena é dono de três hectares às margens do Rio Parnaíba. “A terra ajuda. Em muitos lugares, a terra não ajuda. Você planta o caju e ele dá muito espremido. Ele não dá aquela água suficiente para produzir a cajuína e aqui é suficiente”, comparou.
É tarefa das mulheres fazer a extração da polpa. A tradição da cajuína artesanal usa como único ingrediente uma gelatina que serve para facilitar a filtragem do suco. O engarrafamento também é feito de modo artesanal. O refresco só fica pronto para o consumo após três horas em banho-maria.
Fornalhas em fogo alto apressam o processo de caramelização do açúcar natural do caju até que o refresco ganhe uma cor amarelo-ambar, bem típica da bebida.
Um dos segredos desta alquimia cabocla é o tempo de cozimento em banho-maria, que pode determinar a cor, o sabor e a qualidade da cajuína.
O seu João é um dos responsáveis pela bateria de fornos da fábrica. “Quando está com algumas horas que está fervendo, a gente repara que está ficando vermelha, bem amarelinha. Aí a gente puxa e compara com a outra”, esclareceu.
Produção
A fábrica deve produzir este ano dez mil litros de cajuína, vinte por cento a mais que no ano passado. Ainda assim os produtores estão tendo dificuldades para atender o mercado.
O agricultor Manoel de Sena disse que o desafio agora é aumentar a capacidade da fábrica.
“Nós estamos aproveitando dez por cento de nossa matéria prima. O resto está se estragando por falta de equipamento, falta de aumento do prédio. Condições que nós não temos”, esclareceu.
A garrafa de cajuína é vendida por dois reais no mercado nordestino.
FONTE: http://portalamazonia.globo.com/pscript/noticias/noticias.php?idN=114750