PILHADO POSTO DO ALTO COMISSARIADO PARA OS REFUGIADOS NA COSTA DO MARFIM
Um posto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados foi “pilhado” a noite passada por “um grupo de milicianos” em Guiglo, cidade da região ocidente da Costa do Marfim controlada por militares fiéis ao Presidente cessante, Laurent Gbagbo.
A violência pós-eleitoral matou na última semana pelo menos 52 pessoas, o que eleva para 462 o número de mortos desde Dezembro, segundo o último balanço, feito hoje pela missão das Nações Unidas na Costa do Marfim (Onuci).
“Em Guiglo houve muita violência, muita confusão. Houve ataques e pilhagens contra uma agência das Nações Unidas. Pilharam o posto do Alto Comissariado dos Refugiados” disse um porta-voz da Onuci. “A situação é confusa e estamos a procurar avaliar os estragos”, acrescentou Hamadoun Touré, citado pela AFP. O porta-voz não adiantou pormenores sobre a pilhagem.
Entre as 52 vítimas mortais confirmadas dos “bombardeamentos e ataques indiscriminados contra populações civis” da última semana estão “cinco crianças e sete mulheres, além de muitas dezenas de feridos”, disse num encontro com a imprensa Guillaume Ngefa, director adjunto da Divisão de Direitos do Homem da Onuci.
A violência instalou-se na Costa do Marfim desde o anúncio dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais, no início de Dezembro. A comissão eleitoral declarou vencedor Alassane Ouattara, considerado Presidente eleito pela comunidade internacional, mas o Conselho Constitucional anulou a votação em alguns círculos e atribuiu o triunfo ao chefe de Estado cessante, Laurent Gbagbo.