Perspectiva para zona do euro está envolta em grandes incertezas

Perspectiva para zona do euro está envolta em grandes incertezas

 

A perspectiva econômica para a zona do euro está sujeita a “grandes incertezas” e as tensões intensas nos mercados financeiros continuam tendo impacto no crescimento, disse o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. Ele também deu a entender que a capacidade do banco comprar bônus dos países em dificuldades (Itália, Espanha, Portugal e Grécia, entre outros) é limitada e não deve ser ampliada.

 

A observação de Draghi não chega a causar surpresa. Está em linha com prognósticos feitos pela diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, para quem “a crise não está apenas se desdobrando, está ganhando escala a um ponto onde” não poderá ser resolvida “pela ação de um grupo de países”.

 

Bolsas

 

As declarações do presidente do BCE azedaram o humor nas bolsas de valores e ajudaram a jogar o valor das ações um pouco mais para baixo em Nova York e São Paulo. Em discurso a parlamentares europeus, ele comentou que as medidas não ortodoxas da autoridade monetária vão garantir que os bancos “permaneçam com acesso ao financiamento estável também em vencimentos mais longos” e deve dar a eles a oportunidade de manter os empréstimos a pessoas físicas e jurídicas.

 

Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, Draghi minimizou as expectativas de que a instituição vai ampliar a compra de bônus para aliviar a crise da dívida, notando que isso não pode ir além do mandato.

 

“As pessoas têm de aceitar que nós queremos, e sempre iremos, agir de acordo com nosso mandato e dentro de nossas fundações legais”, declarou. “O importante é restaurar a confiança dos cidadãos e dos investidores no nosso continente”, acrescentou.

 

Pacotes contraproducentes

 

O problema é que as medidas de ajuste fiscal, aumento de impostos, redução de direitos previdenciários e arrocho salarial, que estão sendo impostas em toda a Europa sob o pretexto de combater a crise da dívida, cria e adiciona novos problemas econômicos e sociais ao drama europeu. São políticas contraproducentes, conforme já notou a presidente Dilma, que afastam o horizonte de uma solução para o desemprego em massa. Mas a verdade é que elas traduzem os interesses e a resposta da oligarquia financeira ao quadro de crise que, em certo sentido, ela própria criou.

 

Ao resgatarem grandes bancos da falência ao custo da explosão dos déficits fiscais os governos capitalistas converteram a insolvência das corporações financeiras em insolvências de nações teoricamente soberanas (criando o que se convencionou chamar de crise da dívida), conforme denuncia a declaração final do 13º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários realizado entre os dia 9 e 11 de dezembro em Atenas, Grécia.

 

Os fatos indicam que pelas mãos da classe dominante da Europa e de seus governos e instituições, como o Banco Central Europeu, a União Europeia e o FMI (a troika), não virá uma solução positiva e progressista para a crise. Daí só é realista esperar retrocesso. A esperança mora hoje nas ruas do velho continente, desabrocha nas greves gerais, no protesto dos indignados e nas manifestações de massas em defesa dos direitos e das conquistas da classe trabalhadora, contra o desmantelamento do Estado de Bem Estar Social.

 

Da Redação, com agências

 

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=171432&id_secao=2

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