Partidos e ativistas egípcios pedem saída da Junta Militar
Partidos e ativistas egípcios pedem saída da Junta Militar
DA EFE, NO CAIRO
Forças políticas e grupos de ativistas egípcios realizam manifestações nesta sexta-feira na Praça Tahrir e nas cercanias do Ministério da Defesa, no Cairo, para pedir uma maior rapidez na transferência do poder, apesar de a Junta Militar ter advertido que não toleraria protestos junto a sua sede.
O protesto é liderado pelos islamitas da Irmandade Muçulmana e contará com a presença da maioria das forças políticas egípcias, incluídos os movimentos revolucionários juvenis, os liberais e os salafistas.
Essa nova manifestação acontece após uma semana de enfrentamentos esporádicos junto ao Ministério da Defesa entre violentos agitadores –os “baltaguiya”– e manifestantes contrários ao Governo militar, o que deixou nove mortos e 168 feridos.
Os protestos foram iniciados por seguidores do xeque salafista Hazem Abu Ismail, excluído da corrida presidencial pela Comissão Eleitoral.
PRESSÃO POR AUTORIDADE CIVIL
Ayman Dariuish, um dos seguidores desse líder, assegurou à Agência Efe que o apoio a Abu Ismail já é secundário e neste momento a prioridade é exercer pressão pela imediata transferência de poder a uma autoridade civil.
Uma parte dos grupos que se manifestarão hoje, como o Movimento de 6 de abril e os seguidores de Abu Ismail, se concentrará na Praça de Abassiya, próxima à sede do Ministério da Defesa, o que fez a cúpula militar subir o tom com relação aos manifestantes.
Ontem, o general Mojtar al Mula, membro da Junta Militar, advertiu aos manifestantes que não se aproximassem do Ministério da Defesa, uma vez que o dever nacional obriga o Exército a defender essa sede e todos os edifícios das Forças Armadas.
Essa situação de incerteza na transição egípcia acontece a menos de três semanas do primeiro turno (dias 23 e 24 de maio) do pleito presidencial, o primeiro desde a renúncia de Hosni Mubarak.