Parlamento da Rússia aprova lei que multará manifestantes
Parlamento da Rússia aprova lei que multará manifestantes
DA ASSOCIATED PRESS, EM MOSCOU
O Parlamento da Rússia aprovou nesta terça-feira uma lei que autoriza a concessão de multas a manifestantes que participarem de protestos não autorizados. A medida é vista como uma forma de diminuir os atos da oposição contra o presidente Vladmir Putin, que começou neste ano seu terceiro mandato.
A penalização aos manifestantes pode variar de 2.000 a 300 mil rublos (R$ 120 a R$ 18 mil). A punição é mais severas que em crimes mais graves, como a estocagem de materiais nucleares e a violação de normas de segurança no planejamento de obras e utensílios, repreendidas com multa de 200 mil rublos (R$ 12 mil).
A oposição entrou com cerca de 400 recursos na câmara baixa do Parlamento tentando impedir a aprovação da lei, que foi respaldada pela maioria governista nos 450 assentos da casa legislativa. A votação final foi 241 parlamentares a favor e 147 contrários.
A intenção é que a lei seja aprovada pelo Senado, promulgada pelo presidente e publicada antes da próxima terça-feira (12), data de uma manifestação programada por opositores em Moscou. No entanto, a expectativa é que os passos sejam terminados antes do ato público.
REAÇÕES
O líder do opositor Rússia Justa, Sergei Mironov, afirmou que a lei é uma “cuspida na cara da população russa”. “Essa multa odiosa é uma tentativa de causar medo na população e calar a boca”, afirmou, antes do fim da votação.
Outro deputado da agremiação, Gennady Gudkov, disse que o projeto levará o país à guerra civil. “No passado, apertar um pouco os parafusos na Rússia causou um banho de sangue. Com certeza isso vai levar a uma guerra civil”.
Durante a votação, dezenas de manifestantes foram presos do lado de fora do parlamento, incluindo o líder do partido liberal Yabloko.
O Rússia Unida, de Putin, desejava que as multas chegassem a 1,5 milhão de rublos (R$ 90 mil), mas a medida foi aprovada com um teto de 300 mil rublos.
