Paralisação deixa Porto Alegre sem trens; 5 capitais têm problemas com metrô
Paralisação deixa Porto Alegre sem trens; 5 capitais têm problemas com metrô
FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO
Funcionários do sistema de trens metropolitanos de Porto Alegre fazem nesta segunda-feira uma paralisação de 24 horas em protesto por reajustes salariais.
A presidente Dilma Rousseff tinha uma visita à região agendada para hoje, mas desmarcou na última sexta-feira. Ela iria participar da inauguração de duas estações.
Os empregados do Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre) pedem um aumento de 21,5%.
Cerca de 170 mil pessoas usam os trens diariamente em Porto Alegre e cidades vizinhas. Com a suspensão dos trabalhos, formaram-se congestionamentos nos acessos à capital e longas filas nos pontos de ônibus em municípios como Canoas e São Leopoldo.
A Procuradoria do Trabalho obteve na Justiça uma decisão obrigando os funcionários a manter as operações do sistema, sob pena de multa de R$ 140 mil ao dia.
O Trensurb diz que nunca relutou em negociar e que iria discutir um índice de reajuste com o governo federal. A empresa fala ainda que recebeu na semana passada com “surpresa” o anúncio de paralisação.
O sindicato afirma que vai tentar recorrer da multa e diz que a punição “oprime” o direito à greve.
METRÔ
Na semana passada, a categoria dos metroviários paralisou em Belo Horizonte e em quatro capitais do Nordeste.
Segundo o Sindimetro-MG (sindicato mineiro dos metroviários), os trabalhadores reivindicam reposição da inflação (5,1%) e aumento real de 10%, entre outras coisas. A CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), ligada ao Ministério das Cidades, não ofereceu nenhum reajuste.
Em Belo Horizonte e em Recife, que têm os maiores sistemas de metrô geridos pela CBTU, os trens só estão funcionando nos horários de pico –das 5h20 às 8h30 e das 17h às 19h30, na capital mineira, e das 5h às 9h e das 16h às 20h, na pernambucana. No restante do dia não há viagens.
Em Natal, João Pessoa e Maceió, os trens operam em horário normal, mas fazem apenas 30% das viagens.
Na tarde desta segunda-feira os grevistas de Belo Horizonte devem se reunir com representantes da CBTU na sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para tentar avançar nas negociações.