Ocupação de navio no MA pelo Greenpeace já dura 48 horas
Ocupação de navio no MA pelo Greenpeace já dura 48 horas
JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
Já dura mais de 48 horas a invasão por ativistas do grupo ambientalista Greenpeace de um navio cargueiro fundeado na baía de São Marcos, próximo ao porto do Itaqui, em São Luís (MA).
Os ativistas escalaram a âncora da embarcação e permanecem presos à estrutura desde segunda-feira (14) para protestar contra o desmatamento, o trabalho escravo e a invasão de terra indígenas.
Segundo o Greenpeace, um grupo de sete ativistas está se revezando, um por vez, na âncora. Eles seguram bandeiras com as frases “Dilma, desliga essa motosserra” e “Amazon Crime” (crime amazônico).
O grupo disse que não há previsão de quando os ativistas vão deixar o navio.
Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, o navio Clipper Hope, de 175 m de comprimento, registrado nas Bahamas, deve aportar em São Luís nesta semana para ser carregado com um carga de 30 mil toneladas de ferro gusa que deverá ser levada para os EUA. Segundo o Greenpeace, o navio pertence à Viena Siderúrgica S/A, sediada no Maranhão.
INVASÃO
De acordo com o Greenpeace, os ativistas alcançaram o navio utilizando uma embarcação do grupo , o Rainbow Warrior, que havia chegado a São Luís no domingo (13). Ao se aproximarem, os ativistas escalaram a corrente da âncora e permaneceram presos a ela.
Em manifesto divulgado na internet, o Greenpeace disse que “o ferro gusa carrega destruição e violência em sua cadeia de produção”.
Segundo o documento, o protesto “levanta questões embaraçosas sobre o comprometimento da presidente Dilma Rousseff e seu governo quanto à proteção ambiental às vésperas da conferência Rio+20”.
“Enquanto o governo Dilma vende a imagem de país verde e moderno às vésperas da Rio +20, esta região está virando carvão para alimentar as indústrias de ferro gusa e aço, que espalham o que há de mais arcaico e predatório pela Amazônia”, disse Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace, que está a bordo do navio Rainbow Warrior.
A reportagem tentou entrar em contato com a Viena Siderúrgica S/A, mas a empresa ainda não respondeu aos recados.