OBRAS DO PAC A QUATRO MESES PARADAS EM SL
OBRAS DO PAC A QUATRO MESES PARADAS EM SL
Desde o segundo semestre do ano passado todas as obras do PAC Saneamento estão paradas, porque os contratos com as empresas licitadas foram cancelados.
Daniel Fernandes
O governo do estado e a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) ainda não licitaram as obras do sistema de esgoto de São Luís, que fazem parte do PAC Saneamento na capital, passados mais de dois meses após a quitação de pendências com o Tribunal de Contas da União (TCU). Desde o segundo semestre do ano passado todas as obras do PAC Saneamento estão paradas, porque os contratos com as empresas licitadas foram todos cancelados.
O cancelamento foi motivado por um relatório feito pelo TCU no início de novembro do ano passado, que apontou desatualização e deficiência no projeto base de cinco obras integrantes do programa de ampliação do sistema de esgoto da capital. Através do relatório, o TCU orientou que os recursos para as obras fossem bloqueados e retirados do orçamento para este ano. Para corrigir o problema, a Caema apresentou no início de dezembro um projeto atualizado para a realização das cinco obras. O TCU aprovou o novo projeto apresentado pela companhia, e retirou as obras da lista de bloqueio de recursos. Na época, o presidente da Caema, engenheiro João Reis Moreira Lima, garantiu que as obras seriam retomadas o quanto antes. Segundo informações veiculadas pela Caema, novas licitações estavam previstas ainda para janeiro deste ano, mas até agora nada foi feito. As obras apontadas como irregulares pelo TCU englobam áreas do Anil, São Francisco e três lotes do bairro Vinhais. Quando terminada, poderia elevar em 20% o percentual da população com acesso a saneamento básico, que hoje representa menos da metade da população residente na capital. No entanto, segundo o relatório, só 6% do projeto foi concluído. As obras no Anil e São Francisco, que foram iniciadas entre o final de 2009 e o início de 2010, estão paradas. Na área do Anil seria construída uma rede interceptora que levaria o esgoto da população para as áreas de tratamento, com mais de 2 mil metros de extensão. Já as obras no Vinhais, foi feita a terraplanagem do terreno para a construção de uma nova Estação de Tratamento de Esgoto com capacidade máxima de tratar 602 litros por segundo, em uma área de 40 mil metros quadrados. Mas as obras não passaram desse ponto. O mesmo para a outra estação de tratamento de esgoto, nas proximidades com o bairro da Alemanha, que também não foi iniciada. A segunda estação teria capacidade para 85 litros por segundo.Obras paradas geram transtorno a populaçãoPor terem sido interrompidas antes da conclusão, obras integrantes do projeto de ampliação do saneamento geram transtornos à população. Um exemplo é o que ocorreu no Sítio Pirapora, próximo ao bairro João de Deus. Como relatou o presidente da associação de moradores do bairro, Francisco Euclides, parte das ruas teve a pavimentação quebrada durante obras na rede de canos, e teria sido tapada de forma superficial. Meses após a paralisação do serviço, as ruas ainda não receberam a pavimentação completa. Com o passar do tempo, canos começaram a quebrar e criar poças de água, lamaçal e verdadeiras crateras nas ruas do bairro.É o que se pode observar ao chegar na Rua São Carmelo, uma das principais vias de acesso ao Sítio Pirapora. Os buracos cheios de água são grandes o suficiente para impedir a passagem de carros. “Nos horários de pico se formam engarrafamentos grandes na rua, porque é a principal via de acesso para grande parte dos moradores do bairro. O que era para trazer melhorias tem trazido uma série de transtornos”. Além da dificuldade de acesso pelos veículos, a lama e a água que escorre pelas ruas atrapalham a passagem de pedestres, e sujam a frente das casas próximas aos canos quebrados. A calçada da frente de uma das casas da rua foi destruída, impedindo o acesso dos moradores do imóvel.
Na frente do portão da casa, os proprietários botaram uma cortina de plástico para impedir a entrada da sujeira. O buraco já chega inclusive a comprometer a estrutura da casa, que teve a sustentação danificada. “As casas ficam sujas por causa da lama, e a pavimentação está toda quebrada. Até agora não vi benfeitorias nessa obra”, declarou a autônoma Daniela Souza Santos, de 22 anos, moradora do Sítio Pirapora. “Nós já fizemos ligações de reclamação, mas ainda não vieram concertar a situação. Queremos que a empresa nos dê explicações sobre o andamento da obra, porque até agora ninguém nos falou nada”, reclamou o presidente da associação de moradores, Francisco Euclides.
FONTE: http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=73738