Novo protesto de comerciantes provoca tumulto na Ceagesp
Novo protesto de comerciantes provoca tumulto na Ceagesp
DE SÃO PAULO
Comerciantes e demais funcionários da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) voltaram a protestar na manhã desta quinta-feira. Segundo a assessoria da companhia, um pequeno grupo de trabalhadores quebrou coisas no local e, por conta disso, o local foi fechado.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 180 pessoas participam do protesto, que começou com o impedimento da entrada de caminhões no estacionamento do Ceagesp. O grupo tentou fechar a avenida Doutor Gastão Vidigal e a pista local da marginal Pinheiros, mas foi impedido pela PM.
Houve ainda correria, empurrões e gritaria entre os manifestantes. Alguns deles carregavam pedaços de paus.
Os comerciantes são contrários ao novo sistema de controle do estacionamento que que deverá cobrar R$ 4 por hora para utilitários e pequenos caminhões. Veículos de carga maiores pagarão R$ 5. O valor pela permanência por até dez horas chega a R$ 60.
Ontem, já houve protesto no local e a avenida Doutor Gastão Vidigal chegou a ser parcialmente fechada por cerca de 8 horas. Houve ainda uma reunião entre representantes dos comerciantes e a direção da Ceagesp, mas nenhum acordo foi fechado.
Os comerciantes marcaram uma assembleia para hoje para elaborar propostas em substituição ao edital de contratação de uma empresa para gerir o novo sistema.
EDITAL
A Ceagesp já elaborou um edital de contratação de uma empresa para gerir o novo sistema, que terá 299 câmeras e portarias automatizadas. O valor do contrato é estimado em R$ 147,6 milhões.
Para Celso Itiki, comerciante da Ceagesp, o novo sistema é necessário devido a crimes e ao abuso de caminhoneiros. “Tem caminhão sem frete que fica esperando o dia inteiro para ver se consegue uma carga.”
Ele, porém, diz que produtores e compradores não devem ser cobrados.
A Ceagesp afirma que um sistema eficiente de segurança para o estacionamento é uma exigência do Ministério Público por causa das denúncias de prostituição de adolescentes na área do entreposto.
No edital, a companhia reconhece os problemas: “Frequentemente são detectadas situações criminosas, tais como furtos, roubos, brigas, prostituição, contrabando etc.”.
O entreposto tem cerca de 1.200 comerciantes. Segundo Itiki, o objetivo do protesto é incluir no edital a isenção que reivindicam, para que ela fique garantida. De acordo com ele, a Ceagesp diz que a demanda poderá ser negociada.
A companhia afirma que não irá mudar o edital agora e confirma que haverá negociações.