NOVO FÓRUM ATACARÁ POBREZA EXTREMA

NOVO FÓRUM ATACARÁ POBREZA EXTREMA

Em reunião realizada nesta quinta-feira (18), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde está instalada a equipe de transição do novo governo Dilma, representantes do setor público e da sociedade propuseram a criação de um Fórum Permanente para a Erradicação da Pobreza Extrema no Brasil. A proposta foi apresentada durante o seminário Mecanismos e Prazos para alcançar as Metas de Erradicação da Miséria. 

Um compromisso coletivo foi firmado entre os participantes do seminário organizado pela equipe de transição presidencial, que contou com a presença da presidenta eleita, Dilma Rousseff; do vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP) e de outros 31 convidados, entre eles ministros, executivos de alto escalão do governo federal, pesquisadores e especialistas de diversas áreas, além do grupo responsável pela parte técnica da transição, os deputados federais, Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP), e a assessora Clara Ant.  

Entre alguns dos assuntos discutidos está o reajuste do Bolsa Família e a inclusão de casais sem filhos no programa. Ao final do seminário, Dilma escutou atentamente o resumo das exposições da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes; do economista do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), Ricardo Paes de Barros e do chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri. 

Após as exposições, Dilma Roussef explicou porque iniciou o ciclo de debates sobre assuntos prioritário para o próximo governo pela Erradicação da Miséria: “Esse é o nosso compromisso fundamental. Nesse sentido, as questões que temos que nos colocar é quem é e onde está essa família extremamente pobre e como resolver a questão dela”, perguntou a presidente eleita. 

O desafio maior, segundo Dilma, não é apenas construir o perfil das famílias em situação de pobreza extrema utilizando diversos métodos, mas chegar aos meios eficazes para cumprir essa missão. “Se a gente for olhar bem em algumas regiões do País, vamos ver que o problema não é só  territorial, mas falta de oportunidade. E o lado da pobreza mais violento é a criança”, disse. 

“Eu pretendo ter uma relação sistemática e ir além do que foi feito no governo Lula. Nós queremos desenvolver relação com os atores envolvidos nesse assunto e criar fóruns específicos para elucidar questões específicas que vão ser colocadas necessariamente diante de nós. Temos que ser inovadores e não repetitivos. Um dos méritos do fórum permanente é colocar na pauta o seguinte: o Brasil tem que erradicar a pobreza. Como aconteceu com a inflação, por exemplo, agora temos que fazer a mesma coisa com a pobreza extrema. 

Propostas 

Durante o encontro, Márcia Lopes defendeu a criação do fórum permanente para debater a erradicação da miséria. “Um espaço de discussão específico envolvendo as três esferas do governo é fundamental. Nós temos nos dedicado a perseguir estas realidades regionais e tem sido objeto de muita dedicação e esforço, mas precisamos avançar ainda mais”.

Já o economista Ricardo Paes de Barros afirmou que as políticas sociais têm que ser integradas em nível familiar. Essa integração não deve acontecer apenas no território, mas em cada família. Sugeriu que, “ao contrário do Bolsa Família, que dá um pouquinho para muitos, as políticas públicas para a erradicação da pobreza extrema devem dar muito (uma cesta ampla de oportunidades) para poucos”. 

Para Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as novas políticas públicas devem ir buscar os mais pobres entre os pobres, que é tarefa mais complexa. Para isso, acrescentou, “é necessário a criação de novos indicadores”. Ele propôs a utilização de índices e medidas das Metas do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU). 

Neri sugeriu ainda uma busca focada dos mais pobres entre os pobres, pois uma política pública com um objetivo mais aberto poderia se tornar demasiadamente cara e, pior, não chegar aos resultados esperados. 

Entre os participantes do seminário estavam Ana Fonseca, da Universidade Federal de Campinas (Unicamp); Carlo Simi, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); Elisa Caillaux, do Instituto Geográfico Brasileiro (IBGE); José Graziano, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO); Jorge Abrahão, do Ipea; Juarez de Paula, da Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae); Lais Abramo, da Organização Internacional do Trabalho (OIT); Lúcia Modesto, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) , Márcio Pochmann, do Ipea; Mauro Del Grossi, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maya Takagi, do Gabinete da Presidência da República; Mirian Belchior, da Casa Civil; Nelson Barbosa, do Ministério da Fazenda; Paul Singer, do MTE, Raquel Benedetti, da Casa Civil; Rômulo Paes (MDS); Wasmália Bivar, do IBGE; e Wilnês Henrique, da Secretaria Geral da Presidência da República. 

 

 

Fonte: 
Portal Brasil  

FONTE: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2010/11/18/novo-forum-atacara-pobreza-extrema

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