NO SÉTIMO DIA, GREVE DOS BANCÁRIOS FECHA SEIS MIL AGÊNCIAS

NO SÉTIMO DIA, GREVE DOS BANCÁRIOS FECHA SEIS MIL AGÊNCIAS

Repressão da Brigada Militar (BM) marcou algumas manifestações da categoria em Porto Alegre (RS)

Sem a possibilidade de diálogo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancários entram no sétimo dia de greve. De acordo com a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi), foi registrado um aumento de bancos paralisados, totalizando 597 unidades aderentes ao movimento grevista, que reivindica um reajuste de 11%. A greve se estende por todo o país, onde mais de seis mil agências estão sem atendimento.

Segundo o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo, o silêncio e a falta de negociações por parte dos banqueiros revelam a irresponsabilidade da Fenaban. “Estamos entrando em uma semana de pagamento de aposentados e de tributos, que provocará prejuízos à população”, lembra. “A greve cresce e a federação não mostra vontade de buscar uma saída para acabar com ela”, acrescenta o presidente, que na tarde de ontem esteve em São Paulo, na reunião do Comando Nacional dos Bancários.

Além da reivindicação salarial, os grevistas vêm enfrentando, também, a violência da Brigada Militar (BM), conforme relatou o diretor do SindBancários Everton Gimenis. “Na sexta-feira, fui detido por desacato à autoridade, embora eu estivesse apenas participando de um piquete”, explica. Nesta segunda-feira, a BM foi a todos os piquetes realizados nos bancos Itaú, acabando com os movimentos grevistas. Para Gimenis, os policiais estavam coagindo os grevistas a partir de um interdito proibitório acompanhado do advogado da instituição, sendo que o movimento não estava se apropriando de nenhuma agência nem impedindo a entrada de ninguém.

“Estávamos apenas explicando as razões da greve e entregando material sobre a nossa paralisação”, conclui o diretor. No final da manhã de ontem, o SindBancários esteve reunido com o chefe do comando da BM da Capital, coronel Batista, onde foram acertados alguns detalhes sobre os conflitos e como irão proceder durante a continuidade da paralisação. Para o coronel, essas situações de enfrentamento não devem ocorrer. Ele foi enfático ao dizer: “Greve não é assunto de polícia”. 

Além dos piquetes em frente de algumas agências, os bancários estão se reunindo todas as tardes no Clube do Comércio, no Centro da Capital. Um ato-show está programado para o meio-dia de hoje, na Praça da Alfândega. A categoria acredita que a mobilização aumente na medida em que a Fenaban não se manifesta frente aos protestos da classe. Amanhã, o movimento está programando uma grande passeata pelas principais ruas da Capital.

Fonte: Jornal do Comércio, por Eduardo Seidl

FONTE: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=138660

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