No Brasil, primeiro-ministro francês critica agências de classificação de risco
No Brasil, primeiro-ministro francês critica agências de classificação de risco
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
Em visita ao Brasil, o primeiro-ministro francês, François Fillon, alfinetou, de forma indireta, as agências de classificação de risco – na semana passada, a Standard & Poor’s alertou que poderia rebaixar em breve a nota da dívida soberana de 15 dos 17 países da zona do euro, entre eles Alemanha e França.
Fillon afirmou, em coletiva de imprensa após encontro com a presidente Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (15), que o cenário internacional foi um dos temas tratados na reunião. “Nós evocamos a situação internacional, em particular a crise da dívida soberana que alguns países da zona do euro atravessam atualmente, atacados pelos mercados, quando muitas vezes a situação objetiva desses países é maís favorável do que alguns países do mundo”, disse.
O país tem a mais alta classificação de crédito da agência Standard & Poor’s, AAA. O primeiro-ministro afirmou que a França está “plenamente determinada” a controlar as finanças públicas e “relançar o crescimento europeu”.
Fillon destacou ainda que apesar da crise na zona do euro, a França defende a moeda. “Sei que a presidente Dilma compreendeu que quaisquer que sejam as dificuldades que atravessemos nunca vamos transigir em relação à questão da moeda europeia, que para nós é um símbolo da reconstrução europeia.”
DEFESA
A presidente Dilma Rousseff destacou as boas relações comerciais entre os dois países –a França é o quinto maior investidor do Brasil em 2011– e destacou a parceria na área de defesa.
“Coincidimos na avaliação de que a área de defesa é um dos pilares na nossa parceria estratégica, com projetos de grande importância para o futuro dos nossos países”. O Brasil tem parcerias com a França na construção de um submarino e de helicópteros.
FMI
Dilma disse ainda que o Brasil está disposto a “realizar, se necessário, novos aportes de recursos ao Fundo Monetário [Internacional], desde que tenhamos garantias de que a reforma de 2010 do fundo será implementada”. A reformulação do órgão, com maior participação de países emergentes como o Brasil é uma antiga bandeira do governo brasileiro.