Movimento planeja ocupar a região central de SP com arte
Movimento planeja ocupar a região central de SP com arte
DE SÃO PAULO
A ONG Casa da Cultura Digital planeja ocupar a região central de São Paulo (Santa Cecília, Vila Buarque, Campos Elísios, Barra Funda), no mês de março, com diversas atividades culturais gratuitas nas ruas.
No momento em que ocorre a operação da PM e da prefeitura na cracolândia, o projeto chamado Baixo Centro –planejado por vários produtores culturais e que tem o lema “as ruas são para dançar”– tem o objetivo de incentivar uma reflexão sobre como ocupar e preservar espaços públicos por meio de articulação de centros culturais, políticos e humanos.
“Acreditamos que as pessoas possam de fato interagir. Interagir com as ruas, seus vizinhos, os espaços que habitam e transitam. Vivemos nesse ritmo frenético e sem confiança. Simplesmente passando. Nosso potencial humano de convivência, desenvolvimento e transformação embotados, ditados pelo tiritar de um tempo alheio ao bem-viver, numa ambientação mercadológica. Porque muita gente mora nesse espaço geográfico. Porque podemos a partir daqui ser uma mola propulsora das expressões populares nos espaços públicos e para que nossas ruas possam se transformar em palcos, de todos, todos os sonhos de todos”, diz a apresentação do projeto.
Entre as atividades já propostas estão:
– Apresentação de peças de teatro em uma tarde de domingo no elevado Costa e Silva, o Minhocão;
– Passeio de coletivos de bike, organizado pelo movimento Bicicletada;
– Roda de samba e choro em meio a um piquenique no largo do Arouche;
– Exposição de fotos nas vigas do elevado, do projeto “Que imagem você levaria para Marte?”, que tem curadoria da jornalista Gabriela Allegro;
– Passeio pela região para visitar os locais com arte de rua já mapeadas pelo projeto“Arte Fora do Museu”;
– Cortejo do grupo Ilú Obá de Min, que promove a valorização de culturas de matriz africana e afro-brasileira, com música e dança;
– Construção do Carrinho Multimídia, com internet sem fio, som, luz, e equipamento de projeção, para funcionar como sede itinerante do movimento
Para viabilizar o projeto, que tem o valor de R$ 56 mil, o movimento adotou o sistema crowdfunding (financiamento coletivo). O orçamento é aberto e pode ser visto no site.
O valor mínimo das doações é de R$ 20 e pode ser feito no site Catarse, mas apenas até a meia-noite desta quarta-feira. Caso o valor total não seja arrecadado, os R$ 21 mil já coletados serão devolvidos aos colaboradores.
Um grupo aberto no Facebook também discute as ações do Baixo Centro.