Manifestantes sem-terra protestam na federal de Uberlândia (MG)
Manifestantes sem-terra protestam na federal de Uberlândia (MG)
DARIO DE NEGREIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO
Manifestantes sem-terra realizam um protesto desde a manhã desta terça-feira (17) na Universidade Federal de Uberlândia (556 km de Belo Horizonte), em frente ao campus Santa Mônica. Um vigia da instituição deu um tiro para o alto.
A ação faz parte da chamada “Jornada nacional de lutas por reforma agrária”, conhecida como Abril Vermelho.
O coordenador nacional do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) em Minas Gerais, Ismael Costa, afirmou que há um distanciamento entre a universidade e os movimentos de luta pela terra. “Eles abrem as portas para o agronegócio. A gente acha que a universidade deve ser parceira do movimento”, disse.
Os manifestantes exigem ainda a punição para os autores dos assassinatos de 21 sem-terra em Eldorado do Carajás –no Pará, 1996–, quando foram mortos cinco sem-terra, em 2004,– e do recente assassinato de três sem-terra na região de Uberlândia, no final de março.
“Nós estamos preocupados que as investigações não deem em nada”, disse Costa, segundo quem outros dirigentes do movimento continuam sofrendo perseguições na região.
Ainda segundo Costa, um vigia da universidade disparou um tiro para cima durante a manifestação.
Segundo Darizon Alves de Andrade, vice-reitor da UFU, a universidade dá assistência aos movimentos sociais através de projetos de extensão.
Andrade também negou que a universidade tenha mais proximidade com o agronegócio do que com os movimentos sociais. “A universidade é pública e tem de atender a todos de maneira igual. Nós não temos um posicionamento político a respeito da reforma agrária”, disse.
Sobre o tiro disparado pelo vigia, o vice-reitor afirmou se tratar de um funcionário de segurança terceirizado que teria se sentido ameaçado pelos manifestantes. “Em nenhum momento nós orientamos que isso fosse feito”, disse.
Ainda segundo Andrade, uma audiência pública, ainda sem data determinada, será realizada para que a relação entre a universidade e os movimentos sociais seja debatida.
