MANIFESTANTES DESAFIAM O RECOLHER OBRIGATÓRIO COM NOVO PROTESTO NO BAHREIN

MANIFESTANTES DESAFIAM O RECOLHER OBRIGATÓRIO COM NOVO PROTESTO NO BAHREIN

 Por Dulce Furtado

O movimento de oposição ao rei Hamad bin Issa al-Khalifa do Bahrein respondeu ao decreto de recolher obrigatório, feito pelas autoridades esta manhã, com a convocação de um novo protesto em Manamá, depois de os manifestantes terem sido expulsos ao nascer do dia da Praça Pérola que ocupavam há já várias semanas exigindo reformas políticas no país.

Num apelo a uma manifestação maciça, o grupo de Juventude 14 de Fevereiro – que tem liderado a contestação na Praça Pérola – convocou este novo protesto para a Rua Budaya, região a norte da capital repleta de vilas e subúrbios de maioria populacional xiita que conduz à localidade de Budaya, berço da elite governadora sunita do país.

Com o recolher obrigatório imposto para o centro de Manamá desde as 16h00 às 4h00 (locais, menos três horas em Lisboa) – um dia depois de as autoridades terem declarado o estado de emergência no país – uma caravana de tanques e soldados armados foi vista a encaminhar-se para a zona para a qual foi convocada a manifestação.

Residentes daquela área testemunham que tudo aparenta para já calma, sem sinais de que as pessoas tenham respondido ao apelo do Juventude 14 de Fevereiro para ali se juntarem no protesto, a partir das 15h30 locais. Pelo menos três pessoas, de diferentes subúrbios da Rua Budaya, deram relatos concordantes de que as ruas estão desertas desde que o exército anunciou na televisão a entrada em vigor do recolher obrigatório.

Entretanto, o principal partido da oposição xiita, o Wefaq, isntara todos os seus partidários a “evitarem qualquer confrontação com as forças de segurança e a permanecerem pacíficos”. Responsável do Wefaq – cujos 18 deputados no Parlamento se demitiram após as primeiras acções de repressão das autoridades contras as manifestações – frisou ainda que não foi o partido a convocar este novo protesto.

As autoridades do Bahrein actualizaram entretanto o balanço de vítimas mortais da acção do exército esta manhã para forçar os opositores ao regime para fora da Praça Pérola, dando conta que um terceiro polícia morreu ao ser atropelado por um carro conduzido a alta velocidade por manifestantes. 

Fontes hospitalares em Manamá registaram por seu lado que três civis foram mortos na dispersão da multidão. A oposição relatara já algumas horas antes que pelo menos três civis tinham morrido e fonte médica em Manamá referira então a morte de dois polícias e dois civis.

O aeroporto internacional de Manamá mostra hoje um cenário de filas de espera de pessoas a tentarem abandonar o Bahrein, é contado à agência noticiosa Lusa por uma cidadã portuguesa que ali se encontra. “O aeroporto está cheio e a polícia não deixa entrar quem não está na hora [de embarcar]”, relata Ana Meirinho, descrevendo “muita gente à porta, na maioria indianos e depois europeus e, por último, os locais”.

A Lusa indica que muitos dos cerca de 70 portugueses que residem oficialmente no Bahrein decidiram abandonar o país até a presente convulsão acalmar.

 

FONTE: http://www.publico.pt/Mundo/manifestantes-desafiam-o-recolher-obrigatorio-com-novo-protesto-no-bahrein_1485126

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