JUNCKER ADMITE RESGATE DE 75 MIL MILHÕES DE EUROS A PORTUGAL
O primeiro-ministro do Luxemburgo e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, diz que se houver um pedido de socorro a Portugal, 75 mil milhões será um valor “apropriado”.
Juncker admite um eventual resgate de Portugal num valor em linha com as estimativas dos analistas do mercado e afasta uma comparação entre a situação financeira espanhola e a portuguesa. Já hoje – o dia em que arranca a cimeira onde os Vinte e Sete procuram uma resposta à crise da dívida soberana europeia – Jacques Cailloux, economista do Royal Bank of Scotland, dissera à Bloomberg que Portugal poderá precisar de um pacote de socorro de cerca de 80 mil milhões de euros.
Antes de se reunir com o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, hoje em Bruxelas, Juncker disse aos jornalistas que Portugal precisará ”de continuar a fazer o trabalho de casa”. Há dois dias, quando se avizinhava um chumbo do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) no Parlamento – que culminou ontem na demissão de José Sócrates –, o líder do Eurogrupo excluía expressamente a possibilidade de uma renegociação do pacote de austeridade apresentado pelo Governo português.
Na altura, Juncker dissera que as medidas adicionais de austeridade apresentadas em Bruxelas pelo Executivo tinham sido “endossadas pela Comissão Europeia e o Banco Central Europeu” – afirmação que Bruxelas corrigiu de forma implícita no dia seguinte (véspera do chumbo do PEC IV), sublinhando que o pacote comunicado às autoridades europeias não passa apenas de “planos” sem vínculo oficial.
Não só a crise política em Portugal, mas também o impasse de outros estados-membros em darem uma resposta definitiva até sexta-feira sobre o reforço do fundo europeu de estabilização financeira (FESF) deverá adiar para Junho a aprovação dos compromissos sobre o fundo de socorro, admitiram ontem à Reuters fontes diplomáticas em Bruxelas.