Itália começa a votar medidas de austeridade em agenda política de alta velocidade
Itália começa a votar medidas de austeridade em agenda política de alta velocidade
O Senado italiano começou esta manhã o debate – seguido de um voto esperado não antes da noite – sobre as medidas de austeridade a adoptar pelo país, terceira maior economia da zona euro, para evitar um resgate da União Europeia.
Mesmo no presente cenário de enorme convulsão política, com a já assumida saída de Silvio Berlusconi da chefia do Governo, a expectativa é de que a câmara alta do Parlamento dê luz verde a estas medidas – e o mesmo aconteça amanhã na câmara baixa, não devendo depois tardar mais do que 24 horas a demissão do primeiro-ministro.
Berlusconi, que perdeu a maioria parlamentar na terça-feira, prometeu demitir-se assim que as medidas de austeridade sejam aprovadas nas duas câmaras parlamentares. E espera-se que, assim que o Presidente italiano, Giorgio Napolitano, der luz verde à formação de novo Executivo, a liderança do mesmo seja assumida pelo antigo comissário europeu e economista independente Mario Monti, logo mesmo na segunda-feira.
Os líderes italianos estão a fazer todos os esforços para passar a mensagem clara de que são capazes de pôr as finanças do país sob controlo e rapidamente, sublinham os analistas face à célere movimentação em Roma. Monti, um muito respeitado economista amiúde descrito como um “tecnocrata” é, de resto, o tipo de figura que pode dar confiança aos mercados monetários.
Este pacote de medidas de austeridade em debate prevê a realização de poupanças de 59,8 mil milhões de euros no Orçamento italiano, numa combinação de cortes na despesa e aumento de impostos, que visa alcançar o equilíbrio das contas até 2014.
Entre elas estão o aumento da taxa de IVA de 20 para 21 por cento, o congelamento de salários da função pública nos próximos dois anos, o alargamento da data de reforma das mulheres no sector privado (de 60 em 2014 para 65 até 2026 – a mesma idade dos homens), e ainda a adopção de políticas mais apertadas para combater a evasão fiscal.