Israel anuncia ação na ONU para impedir Estado palestino

O premiê israelense, Benjamín Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (15) que tentará desarticular na ONU o voto a favor de um Estado palestino, iniciativa que seu governo ameaçou castigar com a suspensão dos acordos vigentes.


Durante uma entrevista coletiva com seu homólogo da República Tcheca, Petr Necas, Netanyahu reconheceu que a tribuna da Assembleia Geral da ONU “não é um palco amistoso” com a política sionista contra os palestinos, mas fez questão de propagar o que para si é a “verdade”.

“Decidi dizer a verdade, simplesmente a verdade. Israel deseja a paz e nos últimos dois anos e meio tem tentado conduzir negociações”, mas “desafortunadamente não teve respostas”, alegou, omitindo descaradamente a sua intransigência com relação à construção das colônias ilegais na Cisjordânia.

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) suspendeu em setembro de 2010 o diálogo direto de paz com Israel depois que Netanyahu se negou a prolongar a moratória na construção das colônias israelenses nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.

Segundo o chefe de gabinete israelense, o país apresentará a mensagem à ONU no mesmo dia em que a ANP der entrada à sua iniciativa para o reconhecimento do Estado Palestino, para dizer “as coisas como são”, apesar de admitir que “a Assembleia Geral não é particularmente amistosa … e não seremos aplaudidos ali”.

Referindo-se às várias resoluções adotadas a favor dos direitos do povo palestino e de condenação à política sionista no Oriente Médio, Netanyahu se esquivou, dizendo que o foro toma “muitas vezes decisões muito hostis, que distorcem a verdade e a realidade”.

Por seu lado, o ministro palestino de Relações Exteriores, Riad Malki, afirmou hoje que a ANP submeterá sua iniciativa em 23 de setembro, mas “também está disposta a escutar outras ideias”.

Malki realizou reuniões em Ramalá com os enviados especiais para o Oriente Médio dos Estados Unidos, da União Europeia e do chamado Quarteto Internacional para esta região, que tentaram reiniciar o diálogo direto e desestimular a iniciativa da diplomacia palestina.

Uma emissora de rádio em Jerusalém reproduziu hoje declarações do vice-chanceler israelense, Danny Ayalon, que voltou a ameaçar o cancelamento de todos os acordos em vigor, se os palestinos apresentarem a solicitação do reconhecimento de seu Estado.

Ayalon reiterou as ameaças que proferiu em 29 de agosto, quando insistiu na anulação do Acordo de Oslo (1993), reforçand assim a postura expressa ontem pelo ministro de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, para quem a decisão palestina terá “consequências duras e graves”.

“Se os palestinos tomam esta decisão unilateral, isto levará à anulação de todos os acordos”, trovejou Ayalon, ao tentar induzir a opinião pública a acreditar que somente o Estado de Israel pode realizar negociações diretas com o lado palestino, destratando toda e qualquer iniciativa árabe no sentido da construção de uma saída para a questão.

Com informações da Prensa Latina

 

FONTE; http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=164072&id_secao=9

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