Índios ocupam prédios e bloqueiam rodovias para cobrar atenção à saúde
Índios ocupam prédios e bloqueiam rodovias para cobrar atenção à saúde
DE SÃO PAULO
DA AGÊNCIA BRASIL
Índios ocuparam na manhã desta terça-feira escritórios da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em Curitiba e Guarapoava, no Paraná, em Porto Alegre e em Brasília, onde ocuparam parte do prédio do Ministério da Saúde.
Eles são das etnias Kaingang, Guarani e Charrua do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná.
Segundo Pedro Kaingang, um dos representantes do movimento, a ocupação é um protesto diante da falta de resposta do governo às reivindicações indígenas.
Para o representante kaingang, faltam remédios nos postos de atendimento das aldeias do Sul do país, o número de profissionais de saúde é insuficiente e boa parte das comunidades sofre com a falta de meios quando precisa transportar seus doentes para a cidade.
“A razão principal da nossa revolta é a mortalidade indígena provocada pela falta de definição de uma adequada política de atendimento à saúde indígena por parte do Ministério da Saúde. Há tempos, reivindicamos atenção integral. Nos enchem de promessa, mas não fazem nada”, disse Pedro à Agência Brasil.
Ele também lembrou a existência de grande número de crianças com desnutrição ou risco nutricional.
Parte do grupo ocupa o quarto andar do ministério, onde funciona a Secretaria Especial de Saúde Indígena, responsável por coordenar e executar o processo de gestão do subsistema de atenção à saúde indígena em todo o país. O restante permanece na portaria do edifício, no andar térreo.
Os indígenas também bloquearam o tráfego de veículos em cinco rodovias, duas delas federais no sul do país, segundo a Arpin-Sul (Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul), responsável por organizar as manifestações nos estados.
Entre as rodovias bloqueadas está o trecho da BR-386, que foi ocupado entre as cidades de Iraí (RS) e Chapecó (SC); e a BR-285, que tem tráfego interrompido na região de Mato Castelhano (RS), município gaúcho que fica próximo a Passo Fundo (RS).
Os manifestantes também se concentram em trechos das estradas RS-324, RS-480 e RS-343.