Incertezas sobre a Grécia voltam a afetar bolsas europeias e asiáticas
Incertezas sobre a Grécia voltam a afetar bolsas europeias e asiáticas
DA FRANCE PRESSE
A incerteza política na Grécia, um país afetado pela dívida e a recessão, derrubava as bolsas e o euro na manhã desta quarta-feira (16) e aumentava o temor de contágio para outros países da zona do euro.
Todas as bolsas europeias operavam em baixa: Londres perdia 0,89%, Frankfurt 0,84% e Paris 0,34%.
Na Ásia, Tóquio perdeu 1,12%, Hong Kong cedeu 3,19% e Seul 3,08%.
O euro era negociado abaixo de 1,27 dólar pela primeira vez em quatro meses. Durante a manhã, a moeda de 17 países da zona do euro era negociada a US$ 1,2689.
As incertezas provocaram o disparo do prêmio de risco (o risco país: diferencial com os bônus da Alemanha a 10 anos, considerados os mais seguros) dos países mais expostos.
As taxas de juros da Espanha alcançaram 6,495%, e as da Itália se aproximavam de 6%, enquanto o rendimento do título alemão registrava um novo mínimo histórico, de 1,434%.
O diferencial dos títulos da dívida da Espanha para os da Alemanha superou assim os 500 pontos básicos (5%), a 507.
A situação grega se agravou na terça-feira (15) com o fracasso das negociações para a formação de um governo de coalizão de socialistas e conservadores, partidários dos ajustes impostos pela União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Assim, o país voltará às urnas e, de acordo com as pesquisas, os partidos contrários à austeridade devem ganhar ainda mais força.
O eventual fim dos acordos com a Grécia poderia resultar na saída do país da Eurozona, incerteza que abala os mercados.
Mas o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, afirmou nesta quarta-feira que o programa de resgate em troca dos ajustes está fechado e que nenhuma força política grega pode sonhar em voltar a negociar suas condições.
“É um programa de ajuda preparado de forma minuciosa e não pode ser renegociado”, declarou Schauble.
“A Grécia deve estar preparada para aceitar a ajuda proposta e aqueles que vencerem as eleições deverão decidir se aceitam estas condições ou não”, completou.
ESPANHA
A agência de classificação Moody’s está a ponto de rebaixar “significativamente” as notas de 21 bancos da Espanha, informa o jornal econômico espanhol Expansión.
“Fontes do setor bancário espanhol dão por certo que a agência reduzirá de forma significativa o rating de várias instituições, o que dificultará ainda mais o financiamento e elevará o custo exigido pelos investidores para emprestar dinheiro”, afirma o jornal.
De acordo com o Expansión, o anúncio, que deve afetar 21 bancos, aconteceria no prazo de uma semana.
Na segunda-feira (14), a agência reduziu as notas de 26 bancos italianos, incluindo os gigantes Unicredit e Intesa Sanpaolo, em até quatro graus.
Em mais uma notícia ruim para o setor bancário da Espanha, a ação do Bankia, quarto banco do país e recentemente nacionalizado em consequência da forte exposição a ativos podres, desabava nesta quarta-feira, depois do anúncio de que os resultados de 2011 podem ser alterados após uma auditoria.
A ação do Bankia perdia 9,56%, a 1,864 euro, durante a manhã na Bolsa de Madri.