GREVE POR FALTA DE PAGAMENTO EM OBRA DA GAFISA EM CURITIBA

GREVE POR FALTA DE PAGAMENTO EM OBRA DA GAFISA EM CURITIBA

 

No mesmo local, no início do mês, morreu eletrocutado um operário terceirizado

Escrito por: Sintracon

A mesma obra onde um companheiro faleceu no começo deste mês, vítima de descarga elétrica, voltou a estar na mira do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Curitiba (Sintracon). Cerca de 60 trabalhadores da MR Contruções, empresa que presta serviços à Gafisa, Agre Incorporadora e BKO na construção de condomínio residencial no bairro Ecoville, em Curitiba, entraram em greve no dia 9 de fevereiro em função de falta de pagamento.

Os trabalhadores ficaram indignados com os 45 dias sem receber. Além disso, não foi efetuado o pagamento do vale-compras de janeiro no valor de R$ 180, conforme determina a Convenção Coletiva da categoria, mas mesmo assim foram obrigados a assinar recibos. No lugar do vale-compras, a empresa fornecia marmitex.

O Sintracon Curitiba apoiou irrestritamente a greve e convocou as empresas para negociar. A reunião aconteceu no dia 10 de fevereiro, na Sede do Sindicato, que cobrou ferrenhamente o pagamento imediato dos salários e do vale-compras. Os dirigentes sindicais deixaram bem claro que a Convenção Coletiva tem que ser cumprida à risca e que não aceitam qualquer tipo de pagamento de vale-compras diferente do que determina a CCT.

A Gafisa, por meio de seu representante, propôs assumir e efetuar o pagamento referente ao mês de janeiro a todos os trabalhadores na segunda-feira (14). A MR Construções, por sua vez, concordou em não descontar os dias parados. Os trabalhadores aceitaram a proposta e encerraram a paralisação. O retorno ao trabalho ocorreu na terça-feira (15).

A voracidade das grandes corporações pelo lucro parece não ter limites. As notícias sobre acidentes fatais ou graves no setor da construção civil estão cada vez mais constantes. É uma triste realidade, a vida do trabalhador é colocada em risco para que os empresários coloquem mais dinheiro no bolso.

CHOQUE E MORTE – Gidomar Gonçalves Alencar, de apenas 25 anos, faleceu no dia 3 de fevereiro após levar uma forte descarga elétrica da extensão que alimentava o vibrador de concreto. Era funcionário da empresa BKO, prestadora de serviços em obra da Gafisa Incorporadora e Construtora. Entre os objetivos da Gafisa, de propriedade de Gary Robert Garrabant, e que tem até telefone para quem quiser investir desde os Estados Unidos, está o de “produzir resultados crescentes e duradouros para nossos acionistas”, com a prática de “atrair, reter e manter as melhores pessoas”, por meio de um “rígido controle de custos em busca de maior lucratividade”.

 

FONTE: http://www.cut.org.br/destaque-central/44170/greve-por-falta-de-pagamento-em-obra-da-gafisa-em-curitiba

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