Greve de trabalhadores das obras de Santo Antônio continua
Greve de trabalhadores das obras de Santo Antônio continua
DA REUTERS
Os trabalhadores das obras da usina hidrelétrica Santo Antônio resolveram manter a greve, após uma assembleia no canteiro da usina nesta segunda-feira, enquanto que na assembleia com trabalhadores na outra usina do rio Madeira, Jirau, não houve consenso.
“Os trabalhadores (em Santo Antônio) decidiram ficar paralisados e não concordaram com a antecipação de aumento salarial de 5% oferecido pela empresa”, disse o diretor do Sindicato dos Empregados da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero), Raimundo Enelson.
“Em Jirau deu empate e os trabalhadores pediram para fazer votação secreta”, acrescentou.
Outra assembleia ocorrerá ainda nesta segunda-feira no canteiro de Santo Antônio às 19 horas (horário local), com os funcionários do turno da noite, que iniciaram o movimento de paralisação naquela usina, segundo o Enelson.
Já em Jirau, o representante do sindicato disse que os trabalhadores esperam que a votação secreta sobre o fim ou manutenção da greve possa ocorrer na terça-feira.
Na terça-feira pela manhã também ocorrerá audiência conciliatória no Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, em Porto Velho, sobre a situação em Santo Antônio. A audiência que estava marcada para a última sexta-feira foi suspensa, para ser retomada após as assembleias desta segunda-feira, segundo o procurador do Trabalho Ruy Cavalheiro.
“O sindicato disse que não existe a intenção da categoria de paralisar as obras e que o que aconteceu foi uma iniciativa isolada de alguns trabalhadores, mas a gente não tem como endossar essa decisão”, disse o procurador.
Os trabalhadores de Santo Antônio estão paralisados desde a última terça-feira (20), após a parada na usina hidrelétrica Jirau, que começou no dia 8.
As duas greves foram consideradas ilegais pela Justiça do Trabalho.
A usina hidrelétrica Santo Antônio, de 3.150 megawatts (MW), tem entre seus controladores as empresas Furnas, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Cemig, e o fundo de investimento FIP Amazônia Energia.
Já a usina hidrelétrica Jirau, de 3.750 MW, tem entre os acionistas a GDF Suez, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf.
Furnas, Eletrosul e Chesf são subsidiárias da Eletrobras.