Governo sofre pressão de aliados no Congresso para aprovar DRU

Governo sofre pressão de aliados no Congresso para aprovar DRU

MARIA CLARA CABRAL

DE BRASÍLIA

Além de correr contra o tempo para aprovar a emenda constitucional que prorroga a DRU (desvinculação das receitas da União) no Senado ainda este ano, o governo sofre também a pressão de seus próprios aliados no Congresso. Senadores condicionam o apoio à emenda à liberação de pleitos nos Estados.

Nesta sexta-feira, por exemplo, o senador Clésio Andrade (PR-MG) assinou emenda de plenário cuja apresentação faz com que o texto da DRU volte à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.

Isso atrapalha os planos da presidente Dilma Rousseff, que quer aprovar a proposta, em dois turnos, antes do recesso parlamentar, no dia 23 de dezembro.

A DRU é um mecanismo que permite ao governo gastar livremente 20% de suas receitas. O mecanismo vence no final do ano, por isso a pressa do Planalto.

Clésio admite que assinou a emenda, junto com o senador Zezé Perrela (PDT-MG), apenas para ver seus pleitos atendidos.

Ele pede a criação do Tribunal Regional Federal de Minas Gerais, com sede em Belo Horizonte, a nomeação da desembargadora Assusete Magalhães para ministra do Superior Tribunal de Justiça e a licitação da duplicação da BR 381 entre Belo Horizonte e João Monlevade.

“A pressão é legítima. Faz parte do jogo do parlamento”, disse. Ele admite que espera ver seus pleitos atendidos antes de avaliar se apoia, antes do recesso do Congresso, a votação da DRU.

Com o apoio de Clésio e Zezé Perrela, a emenda de plenário, de autoria de senadores da oposição, passaria a ter 28 assinaturas. Para ser protocolada, ela precisa de 27 apoios. Os senadores Vanessa Grazziontin (PCdoB-AM) e Paulo Davim (PV-RN), no entanto, anunciaram que devem retirar suas assinaturas, reduzindo o número de apoios para 26.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) acredita que até quinta-feira, data marcada para a votação em primeiro turno da DRU, a pressão em cima do governo será grande, com muitas movimentações. “Acredito que no final teremos o número suficientes de assinaturas”, disse ele.

Para aprovar a emenda constitucional, o Planalto já cogita, inclusive, convocar o parlamento para trabalhar entre o Natal e o Ano Novo.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1015710-governo-sofre-pressao-de-aliados-no-congresso-para-aprovar-dru.shtml

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