FITOTERÁPICOS: A CURA QUE VEM DA FLORA MARANHENSE

FITOTERÁPICOS: A CURA QUE VEM DA FLORA MARANHENSE 

Quem tem filhos pequenos sabe: tempo de chuvas é também de gripes e resfriados. Uma alternativa para tratar desses males é o uso de remédios fitoterápicos.

Carolina Mello 

Gripes e resfriados são comuns no período chuvoso. Segundo o médico infectologista Leônidas Lopes Braga Júnior, consultor da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o aumento de casos dessas doenças nesta época tem uma explicação. É que as chuvas levam a formação de aglomerados na rua, no trabalho ou em casa, quando as pessoas buscam se proteger da água. Nestas ocasiões, doentes entram em contato com um maior número de indivíduos saudáveis. É quando a transmissão ocorre através das tosses, espirros, ou durante uma conversa. Isto acontece por que os vírus ou bactérias contidos em gotículas de saliva se transportam pelo ar.

De acordo com Leônidas Júnior, crianças são bastante suscetíveis ao contágio. Ele explicou que no início da vida temos menos resistência imunológica que quando adultos. Mas uma vez ministrada a vacina contra o vírus influenza, os pequenos são imunizados contra a gripe, e não resfriados. Isto ocorre por que resfriado é uma coisa, gripe é outra. “Os resfriados não são causados pelo vírus influenza, mas sim por outros tipos de vírus, como o rinovírus e o adenovírus”, disse o infectologista. A diferença entre gripes e resfriados está nos sintomas. 

Segundo o consultor da SES, as gripes costumam ser mais severas, com febre elevada, dores no corpo e garganta. Já os resfriados geralmente são mais leves. Tem como principais sintomas a corisa, o lacrimejamento e febre mais baixa. Pais e mães devem estar atentos para o risco que estas doenças tão corriqueiras representam. Muitas vezes uma gripe “mal curada” abre caminho para infecções das vias respiratórias mais graves, como a pneumonia. “Uma vez que os vírus ou bactérias das gripes e resfriados quebram as defesas do organismo, fica mais fácil contrair outras infecções”, explicou.

Cura natural

Uma forma de combater gripes e resfriados mais simples é através das plantas. A doutora em Botânica Terezinha Rêgo desenvolveu cerca de dez tipos de medicamentos fitoterápicos para curar afecções respiratórias. São xaropes e tinturas vendidos a preço baixo ou entregues gratuitamente para quem não pode pagar. Os mais conhecidos são: essência de cabacinha, indicada para sinusite, renite e adenóide; tintura de chanana, para aumentar a defesa imunológica; e o xarope de urucum, indicado para pneumonia e tuberculose. A receita deste último foi cedida pela pesquisadora ao governo da China, quando aquele país vivenciou um surto de pneumonia, em 2003. 

Terezinha atende pacientes de graça no Campus do Bacanga, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). É lá que a professora do Departamento de Farmácia da UFMA cultiva a matéria prima de seus medicamentos, as plantas, no Herbário Àtico Seabra. Consultas podem ser agendadas através do telefone 3301-8525 ou no local. O atendimento é de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 17h, com a exceção de que às sextas-feiras as consultas terminam às 16h30. A fitoterapeuta atende também em um pólo do projeto de extensão da UFMA do qual é responsável no bairro São Bernardo. Há parcerias, ainda, com escola pública estadual Liceu Maranhense (Centro), e a Associação dos Aposentados da UFMA. 

Os remédios de Terezinha são todos a base de plantas da flora maranhense. Sua pesquisa começou quando ainda era estudante na antiga escola federal de Farmácia. “Naquela época, colegas de curso e eu percebemos migrantes do interior do estado perdiam a tradição de buscar a cura pelas plantas”, disse a doutora. O trabalho de Terezinha, além de perpetuar a Fitoterapia, busca promover a saúde nas comunidades carentes. São cerca de 70 medicamentos para diversos tipos de males catalogados. A diversidade de fitoterápicos permite a farmacêutica atender desde crianças a idosos. Um das linhas de tratamento mais inovadoras desenvolvida por Terezinha é o combate as doenças oportunistas associadas ao HIV/AIDS.

 

FONTE: http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=71663

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