FED admite que recuperação é decepcionante e lenta nos EUA
FED admite que recuperação é decepcionante e lenta nos EUA
Em discurso dirigido ao Comitê Orçamentário da Câmara dos Representantes nesta quinta-feira, 2, o presidente do Federal Reserve (FED, banco central dos EUA), Ben Bernanke, caracterizou o ritmo da suposta recuperação econômica dos EUA como decepcionante e lenta.
Observadores com espírito críticos rejeitam a ideia de que o país esteja em recuperação e contestam inclusive os índices oficiais, relativos ao desempenho do PIB, que sustentam a hipótese de crescimento das atividades.
Recuperação sem emprego?
A concepção de uma recuperação sem emprego, advogada pela mídia capitalista, soa bizarra e pouco convincente, pois é justamente a elevada taxa de desemprego, em torno de 10%, que mantém a economia estagnada ou em queda. O consumo, que responde por mais de 70% do PIB norte-americano, continua deprimido e promete não reagir enquanto o nível de emprego não avançar.
Os consumidores, conforme admitiu Bernanke, continuam enfrentando “revezes significativos” e os gastos das famílias continuarão fortemente dependentes dos desdobramentos do mercado de trabalho, ou seja, de uma redução substancial na taxa de desemprego, que antes da crise (iniciada no final de 2007) estava em 4,7%.
Execuções hipotecárias
Bernanke afirmou também que o mercado imobiliário segue problemático, já que a “oferta persistente de imóveis, em larga medida resultante da execução de hipotecas, mantém uma pressão baixista sobre os preços e limita a demanda por construções novas”.
Também neste setor o desemprego tem um peso determinante, pois as vítimas das execuções hipotecárias são, basicamente, trabalhadores e trabalhadoras que perderam emprego e, com ele, a renda necessária para pagar as prestações da casa própria. Os pobres, coitados, ao contrário dos ricos banqueiros, não foram socorridos pelo governo.
Política fiscal
Na semana passada, em entrevista coletiva trimestral, Bernanke sinalizou que o Fed poderá embarcar numa nova rodada de compra de bônus, a depender de como a economia evolui. Em seu discurso hoje, ele não falou diretamente sobre esse assunto. Mas disse esperar que a inflação seguirá contida
O ajuste da política fiscal para um padrão sustentável que garanta que a relação entre dívida e renda nacional fique pelo menos estável, se não declinante, deve ser uma prioridade do Congresso americano, na opinião do presidente do FED. Ele alertou que as taxas de juros podem subir rapidamente “se os investidores perderem a confiança na capacidade do governo de gerenciar sua política fiscal”.
Com informações do Valor
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=174751&id_secao=2