A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) fez hoje uma das suas maiores operações contra a máfia, mobilizando 800 agentes para deter 125 suspeitos de assassínio, extorsão e outros crimes praticados há décadas, avança a AP.
A acção do FBI, que conduziu à acusação de 127 suspeitos, foi feita no Nordeste norte-americano.
Desta vez, a polícia fez detenções relacionadas com várias investigações separadas em curso sobre a máfia, em Nova Iorque, Nova Jérsia e Rhode Island, ao contrário de, como era habitual, atingir estrategicamente famílias mafiosas individualmente consideradas.
O procurador geral Eric Holder viajou para Nova Iorque para anunciar a operação numa conferência de imprensa com os principais dirigentes do setor da segurança.
Holder considerou as detenções como “um importante e encorajador passo para a interrupção das operações da Cosa Nostra”.
Mas avisou que a máfia, apesar de ter perdido alguma da arrogância da era de John Gotti, é conhecida pela sua capacidade de adaptação à adversidade e de encontrar novas formas de fazer dinheiro e espalhar a violência.
No passado, o FBI tem perseguido agressivamente e aprisionado a liderança das cinco famílias mafiosas de Nova Iorque, mas novos líderes ambiciosos preencheram o vazio, afirmou Janice Fedarcyk, chefe do gabinete do FBI em Nova Iorque. “Nós agimos no mundo real e a realidade é que a máfia, como a natureza, tem horror ao vazio”, disse.
Contudo, o FBI tem ganho alguma vantagem ao conseguir que um grupo de figuras mafiosas tenha aceitado fazer escutas e testemunhar contra os antigos chefes em troca de clemência nos seus próprios casos. “O voto de silêncio que é parte do juramento da ‘omerta’ é hoje mais um mito do que uma realidade”, acrescentou.
Nos últimos casos, as autoridades adiantaram que os vira-casacas gravaram milhares de horas de conversas de alegados mafiosos e os polícias colocaram os seus telefones sob escuta.
