ESTUDANTES SE AMONTOAM EM ÔNIBUS PARA IR À ESCOLA
ESTUDANTES SE AMONTOAM EM ÔNIBUS PARA IR À ESCOLA
80 crianças de 7 a 12 anos são transportadas em um ônibus cuja capacidade é de 72 pessoas.
SÃO LUÍS – O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça da Educação, vistoriou ontem o serviço de transporte escolar prestado para uma escola da zona rural de São Luís. A vistoria ocorreu após denúncias de pais e professores de que os ônibus transportavam crianças em quantidade superior à capacidade máxima permitida.
Foi constatado que mais de 80 crianças de 7 a 12 anos são transportadas em um ônibus cuja capacidade máxima permitida é de 72 pessoas. As crianças estudam na Unidade Escolar Básica Gomes de Sousa, na Vila Maranhão, e se amontoam no ônibus diariamente.
Um funcionário administrativo da Prefeitura de São Luís, que pediu para não ser identificado, disse que, desde o início do ano, acompanha as crianças no trajeto percorrido da escola até a casa dos estudantes e a situação é sempre a mesma: os veículos estão sempre lotados, colocando em risco a vida delas. “Há muito tempo é assim e tudo indica que não vai mudar tão cedo” sentenciou.
Além da superlotação dos ônibus, a capacidade de alunos por sala de aula foi criticada por um grupo de pais que aguardava o término da reunião entre o promotor e a diretora da escola. Segundo Jacilene Freitas, existem salas de aula funcionando com duas turmas diferentes. “Desde fevereiro, nós encaminhamos um abaixo-assinado à Secretaria Municipal de Educação (Semed) relatando essa situação, mas até agora nada foi feito e esperamos que o Ministério Público faça alguma coisa”, cobrou.
A diretora da UEB Gomes de Sousa, Maria Inês Barros, confirmou ao promotor o déficit de veículos que servem à escola e disse que, com relação à superlotação nas salas de aula, a diretora explicou que era a única medida que poderia adotar e que já havia comunicado a Semed sobre as duas situações verificadas pelo MP. “Sobre os ônibus nós comunicamos dia 18 de outubro à Semed. Até porque nós ficamos três dias sem o transporte. A questão das duas turmas em uma sala só foi uma sugestão dos professores, enquanto eram construídas as salas”, explicou a diretora.
O promotor Paulo Avelar informou que vai cobrar providências da Prefeitura de São Luís nas duas situações, principalmente no que diz respeito ao transporte das crianças. “Segundo me disse a diretora da escola, a Prefeitura disponibilizou somente dois ônibus para transportar 200 crianças por turno, por isso vamos tomar as medidas cabíveis e cobrar da administração municipal providências para que a vida das crianças não seja colocada em risco”, considerou Avelar.
FONTE: http://imirante.globo.com/noticias/2010/11/04/pagina258421.shtml