Esquerda grega reforça compromisso de manter país no euro
Esquerda grega reforça compromisso de manter país no euro
DA FRANCE PRESSE, EM BERLIM
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A legenda política grega Syriza (esquerda radical), que denuncia os ajustes impostos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pela União Europeia, está decidida a manter o país na zona do euro caso vença as eleições legislativas do próximo 17 de junho, afirmou nesta terça-feira em Berlim o líder dessa corrente, Alexis Tsipras.
“Votar na esquerda radical não quer dizer votar pela saída do país do euro, pelo contrário”, afirmou Tsipras. “Não creio que rejeitar o programa de austeridade signifique que o país terá que sair da Eurozona”, completou.
Segundo Tsipras, o partido procurará encontrar soluções comuns com a Europa. “Estou convencido de que as encontraremos”, afirmou.
Para o líder de esquerda, a Europa passará por mudanças com a eleição do socialista François Hollande à presidência francesa.
Segundo uma sondagem publicada no domingo, o partido de Tsipras, a coalizão Syriza, deve ser o partido mais votado nas legislativas gregas de 17 de junho.
No caso de vitória, Tsipras já afirmou que não aceitará negociar as medidas de austeridade impostas em troca da assistência financeira concedida pela União Europeia e pelo FMI.
A troika de credores da Grécia, no entanto, formada pelo FMI, BCE e UE, já disse repetidas vezes que a aplicação das medidas de austeridade são uma exigência para a liberação da ajuda financeira, sem a qual o país não tem condições de pagar suas contas e entraria, portanto, em default (suspensão de pagamentos).
PRESSÃO DO FMI
A diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, destacou nesta terça-feira em Londres uma “grande melhoria” na maneira como os países da zona do euro administram a crise da dívida, mas pediu que façam mais para respaldar o crescimento”.
“Houve uma séria melhoria, mas acreditamos que é preciso fazer mais particularmente para compartilhar a responsabilidade fiscal e respaldar o crescimento”, declarou Lagarde, antes de apontar que neste sentido o FMI acredita mais nas reformas estruturais que nos estímulos.
“É preciso fazer mais para respaldar o crescimento, em particular por meio de reformas estruturais, não mediante os incentivos sugeridos”, completou.
Ao comentar os incentivos, Lagarde afirmou não acreditar que a posição fiscal dos Estados membros em seu conjunto possa suportar.
As declarações de Lagarde ocorrem na véspera de um conselho informal dos chefes de Estado e de governo europeus em Bruxelas, no qual devem abordar, entre outras, a questão dos eurobônus (títulos de dívida conjuntos), um tema que divide Paris e Berlim.