Espanha aprova cortes em saúde e educação para combater crise
Espanha aprova cortes em saúde e educação para combater crise
RODRIGO RUSSO
DE LONDRES
Em novo esforço para lidar com a crise na Espanha, o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy anunciou nesta sexta-feira reformas nas áreas de saúde e educação públicas.
Com os cortes, o país espera economizar € 10 bilhões por ano e mostra à comunidade internacional que não poupará esforços para reduzir sua dívida e continuar livre de um pacote de resgate.
As medidas foram tomadas durante reunião do Conselho de Ministros, e se somam às reformas trabalhistas e financeiras que o país implementa. A Espanha se comprometeu com a União Europeia a reduzir seu deficit orçamentário, que foi de 8,5% do PIB no ano passado, a 3% do PIB em 2013.
Os juros dos títulos emitidos pelo país, contudo, continuaram subindo na sexta e chegaram a 5,93% para os papéis com vencimento em dez anos — sinal de que o mercado ainda teme uma crise maior na Espanha.
Analistas consideram que, caso os juros ultrapassem a casa dos 6%, o país não terá mais meios de financiar sua dívida e precisará de um aporte internacional, como já ocorreu com Grécia, Portugal e Irlanda.
Sindicatos já anunciaram que farão novos protestos contra os cortes na próxima semana. No fim de março, por conta das medidas de austeridade, a Espanha viveu a primeira greve geral desde que o conservador Rajoy assumiu o governo.
Com as medidas divulgadas ontem, o país pretende economizar € 7 bilhões com saúde e € 3 bilhões com educação. Uma das propostas mais polêmicas é a que faz com que aposentados precisem pagar por remédios.
A vice-premiê espanhola, Soraya Saenz de Santamaria, ao comentar o novo pacote de austeridade, disse que essas “são medidas difíceis para tempos difíceis”. Durante a semana, o premiê Rajoy já havia pedido “esforço” à população do país, que tem o maior índice de desemprego da zona do euro.