Egito tem novos confrontos durante protestos contra junta militar
Egito tem novos confrontos durante protestos contra junta militar
Novos episódios de violência entre a polícia egípcia e manifestantes foram registrados nesta segunda-feira nos arredores na praça Tahrir, no Cairo.
Manifestantes contra a junta militar que governa o país continuam acampados na praça que se tornou o símbolo dos protestos que derrubaram o regime de Hosni Mubarak, após 30 anos no poder, em fevereiro.
No fim de semana, 13 pessoas foram mortas nos confrontos, e ao menos 900 ficaram feridas, incluindo 40 integrantes das forças de segurança, depois que policiais e soldados usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra a multidão que lançava pedras e bombas caseiras.
A uma semana das eleições parlamentares, os manifestantes acusam a junta militar responsável pela transição para a democracia de tentar manter seu poder no país após a eleição de um governo civil.
Eles pedem a renúncia do marechal Hussein Tantawi, que lidera o governo militar, e a instituição de um conselho civil.
Repressão
Na noite de domingo, a polícia fez uma tentativa violenta de retirar os milhares de manifestantes que ocupavam a praça Tahrir, mas eles retornaram à praça, gritando palavras de ordem, apenas uma hora após a ação da tropa de choque.
Testemunhas descreveram cenas de pânico quando centenas de soldados e policiais batiam na cabeça dos manifestantes tentando expulsá-los da praça.
Alguns acusam as forças de segurança de atirar usando balas de verdade, alegação que é negada pela polícia.
Os confrontos começaram no sábado, depois da realização de manifestações contra a junta militar no Cairo e outras cidades, como Alexandria, Suez e Aswan, na sexta-feira.
A violência continuou no domingo e na manhã desta segunda-feira.
Alguns jornais egípcios chamam os eventos de “a segunda revolução”.
Eleição
Uma declaração divulgada pelo gabinete do governo disse que as eleições, previstas para começar no dia 28 de novembro, vão ser realizadas e elogiou a “moderação” das forças do Ministério do Interior contra os manifestantes. Ao todo, o processo eleitoral vai levar três meses.
Nas últimas semanas, manifestantes , em sua maioria islamistas e jovens ativistas, vêm protestando contra um projeto de constituição que, segundo eles, permitiria que os militares mantivessem muito poder.
Segundo o projeto, os militares e seu orçamento não ficariam sujeitos a uma supervisão civil.
Isso irritou os manifestantes, que temem que as conquistas feitas durante o levante popular contra o regime de Mubarak sejam apagadas pela nova posição dos militares m um governo civil.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/11/111121_egito_segunda_is.shtml