Egito adia divulgação de resultado da eleição presidencial
Egito adia divulgação de resultado da eleição presidencial
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Comissão Eleitoral do Egito adiou nesta quarta-feira a divulgação do resultado oficial das eleições presidenciais no país, programado para quinta (21). O órgão governamental não anunciou uma nova data.
De acordo com o comunicado da comissão, os resultados das urnas não poderão ser anunciador porque ainda são avaliados recursos colocados pelos dois candidatos, o ex-premiê do ditador Hosni Mubarak, Ahmed Shafiq, e o presidente do braço político da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi.
Um grupo de juízes avalia cerca de 400 recursos colocados pelos postulantes por acusações de fraude no pleito. Durante a semana, a imprensa egípcia revelou informações de que poderia haver algum atraso na divulgação dos resultados finais.
Dentre as acusações, estão de pesquisa de boca de urna, número de votos maior que o de assinaturas, egípcios que votaram mais de uma vez e sufrágios em nome de pessoas mortas. Os funcionários dos colégios eleitorais são acusados também de terem influenciado a votação para um nome ou outro.
Ambos os candidatos, baseado em contas de observadores dos partidos, afirmaram que são os vencedores da eleição. Os meios locais e observadores independentes apontam vitória de Mursi com uma diferença de 900 mil votos, em um eleitorado de cerca de 20 milhões.
ELEIÇÕES
No último fim de semana, os egípcios foram às urnas, após a Junta Militar assumir o Parlamento e informar que será responsável pela elaboração da primeira Constituição do país após a saída do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.
De acordo com a imprensa egípcia, o anexo constitucional dará ao presidente o poder de designar o chefe de governo, ministros, altos funcionários e diplomatas, entre outros.
O novo líder também poderá convocar eleições legislativas e promulgar leis ou rejeitá-las, como já estipulava a Constituição de 1971, suspensa após a revolução de 2011.
Também está previsto, de acordo com uma fonte militar citada pelo jornal “Al Ahram”, que nesta declaração a Junta Militar se reserve o direito de controlar o Orçamento, um dos temas que levantou mais polêmica nos últimos meses.
O pleito acontece em meio a rumores de que Mubarak teria morrido, que foram desmentidos pela junta militar e os advogados do ex-ditador. No entanto, as condições de saúde do mandatário são graves, após uma parada cardíaca seguida de um acidente vascular cerebral na terça (19).