Desigualdade entre regiões brasileiras diminui, aponta IBGE
Desigualdade entre regiões brasileiras diminui, aponta IBGE
PEDRO SOARES
DO RIO
Ainda que de modo lento, segue o processo de redução da desigualdade regional da economia brasileira. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam participação de 2002 para 2009. Em contrapartida, o Sudeste manteve a tendência de redução de seu peso.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (23), no relatório Contas Regionais do Brasil, que informa o PIB dos Estados.
No intervalo de 2002 a 2009, o Nordeste passou de 13% de participação no PIB para 13,5%. O Norte saltou de 4,7% para 5%. Já o Centro-Oeste teve o maior avanço: de 8,8% para 9,6% –sob influência da expansão da fronteira agrícola e do peso da maior administração pública, concentrada no Distrito Federal.
Já as regiões mais ricas perderam espaço. O Sudeste viu seu peso cair de 56,7% para 55,3%de 2002 a 2009. O Sul cedeu de 16,9% para 16,5%.
De 2008 a 2009, o Nordeste teve o maior avanço e ganhou 0,4 ponto percentual. Seu peso em 2008 era de 13,1%.
Mesmo com o processo de descontração regional, apenas oito Estados –SP, RJ, MG, RS, PR, BA, DF e SC– detinham 78,1% da economia nacional em 2009. Sozinho, São Paulo abocanhava um terço do PIB –exatos 33,5%–, mas esse percentual era maior em 2002, de 34,6%.
Já em termos de crescimento econômico, a liderança em 2009 ficou com Rondônia, com alta de 7,3%, seguido por Piauí –6,2%. O pior resultado foi o do Espírito Santo, com queda de 6,7%.
Em São Paulo, a retração foi de 0,8% em razão do fraco desempenho da indústria, ramo importante na economia do Estado e que teve forte impacto da crise iniciada em 2008. O mesmo ocorreu com o Espírito Santo. Na média nacional, o PIB teve retração de 0,3% em 2009.
Para Frederico Cunha, técnico do IBGE, os Estados com economias menores e com maior peso de administracao pública e dos serviços sentiram menos a crise. É o caso de Roraima, que teve alta de 4,6%. Já Rondônia, beneficia-se da instalação das hidrelétricas do rio Madeira.
Estados mais ligados à agropecuária e à indústria, como Paraná, com queda de 1,3%, e Minas Gerais, com recuo de 4%, sentiram mais os efeitos da menor demanda global, diz Cunha.
Tanto Minas como Espirito Santo e Pará, com queda de 3,2%, foram especialmente afetados pela retração da extração e processamento de minério de ferro, cujo consumo despencou com a crise.