CULTURA, DEBATE E INFORMAÇÃO

CULTURA, DEBATE E INFORMAÇÃO

“Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer, participando sem medo de ser mulher”, “Olê Mariê, Olê Mariá, Mulher saia da cozinha, venha ocupar o seu lugar”… Entoando cantigas como essas, mulheres trabalhadoras do campo e da cidade promoveram um Calçadão Popular no Centro de Aracaju na última sexta-feira, 18 de março. O Ato marcou o encerramento de uma semana intensa de atividades e discussões em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (08 de Março).

“Esse ano nós buscamos diferenciar e comemoramos o Dia Internacional de Luta das Mulheres durante uma semana, com direito a programação cultural, debates simultâneos em cinco municípios sergipanos, e Ato Público. Nosso foco principal era discutir a violência contra a Mulher, colocando em pauta outras questões como a importância da autonomia feminina e a luta em busca de igualdade de direitos. Além disso, nós procuramos divulgar a Marcha das Margaridas, que será o mais importante evento feminista do ano”, resumiu Maria da Conceição Torres Branco, secretária da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT-SE).

A semana em comemoração ao Dia Internacional de Luta das Mulheres teve início com o Projeto CineCUT Especial Dia da Mulher (11/03), seguiu com o seminário territorial em Simão Dias (11/03), os seminário temáticos realizados simultaneamente nos campus da UNIT de Aracaju, Itabaiana, Estância, Propriá e Nossa Senhora da Glória (15/03), e foi concluído com o Ato Público no Calçadão da Rua João Pessoa (18/03). A atividade desta sexta-feira contou com a participação das entidades que compõe a Marcha Mundial das Mulheres em Sergipe – CUT/SE, Centro Feminista 8 de Março (CF8), FETASE, Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Casa da Doméstica Dom Távora e Sindicato das Domésticas de Sergipe –, de estudantes e professores do curso de Serviço Social e do Grupo de Estudo da Mulher (GEM) da Universidade Tiradentes, além da presença da Deputada Estadual Ana Lúcia, que demonstrou o seu apoio à organização das mulheres sergipanas.


“Eu estou aqui porque apoio a luta dos movimentos sociais feministas de Sergipe, eu mesma sou uma militante desse movimento. Nós precisamos desconstruir essa visão, essa estrutura social injusta, desigual e machista que ensina e estimula o sentimento de superioridade dos homens para com as mulheres, dos ricos para com os pobres, dos brancos para com os negros… E é esse sentimento de superioridade que faz o homem se permitir abusar e violentar a mulher. Nós estamos aqui hoje para mostrar para toda a sociedade sergipana que a nossa luta é combater a desigualdade, a submissão feminina e a violência contra a Mulher”, ressaltou a Dep. Ana Lúcia.


Após a apresentação da Batucada da Marcha Mundial das Mulheres em Sergipe, a educadora do Centro Feminista 8 de Março (CF8), Maria Inês dos Santos Souza finalizou o Ato ressaltando o compromisso com a luta feminista. “Nós fechamos a ação em comemoração ao 08 de Março aqui no Calçadão Popular, mas continuamos enfrentando os desafios na luta por igualdade e pelo fim da violência contra as mulheres. O balanço dessa semana de atividades é bastante positivo. Nós tivemos uma participação muito significativa tanto em número quanto na qualidade dos debates em todos os municípios que participaram, discussões essas que tiveram como foco principal dar visibilidade cada vez maior para a sociedade sergipana sobre a violência contra a mulher, suas causas, conseqüências e alternativas de combatê-la. A Marcha Mundial das Mulheres em Sergipe, os movimentos e as entidades que participaram da ação saem fortalecidos dessa iniciativa”, concluiu Maria Inês.


Marcha das Margaridas 2011

Com o lema “2011 razões para marchar por desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade”, a Marcha Mundial das Mulheres e a Central Única dos Trabalhadores lançaram em São Paulo, a quarta edição da Marcha das Margaridas. Considerada uma das principais mobilizações do sindicalismo rural brasileiro e do movimento de mulheres, a Marcha das Margaridas será realizada nos dias 16 e 17 de agosto de 2011, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A atividade pretende reunir 100 mil mulheres trabalhadoras rurais de diferentes regiões do Brasil.


Lançada em 2000, a Marcha das Margaridas acontece a cada três anos. Na sua última edição, em 2007, a mobilização reuniu em Brasília cerca de 50 mil trabalhadoras rurais de todo o país. A pauta de reivindicação girou em torno de temas como combate à violência, soberania e segurança alimentar e nutricional, terra, água e agroecologia, trabalho, renda e economia solidária, entre outros.


A 4ª Marcha das Margaridas 2011 reafirma a presença das mulheres trabalhadoras rurais na luta por melhores condições de vida e trabalho no campo e contra todas as formas de discriminação e violência contra a mulher. A mobilização afirma a resistência e convicção de que somente organizadas é possível manter um diálogo aberto com a sociedade e ressalta uma postura de sujeitos ativos pela transformação da sociedade e libertação das mulheres na perspectiva da autonomia econômica, salário digno, fim das diversas formas de exploração da força de trabalho, política, reflexão sobre a construção cultural e inclusão social.

 

fonte: http://www.cut.org.br/destaque-central/44422/cultura-debate-e-informacao

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