CRISE PERSISTE NA EUROPA E BCE PROLONGA MEDIDAS EXCEPCIONAIS
CRISE PERSISTE NA EUROPA E BCE PROLONGA MEDIDAS EXCEPCIONAIS
O BCE (Banco Central Europeu) mostrou-se sensível às atuais tensões na Eurozona, e decidiu nesta quinta-feira manter seu dispositivo de medidas excepcionais, ainda que tenha se negado a ir mais além, como pedem os mercados.
O BCE decidiu prolongar seu dispositivo de refinanciamento ilimitado a três meses e a taxa fixa para os bancos até o fim de março de 2011, anunciou nesta quinta-feira seu presidente, Jean-Claude Trichet.
“Havíamos pensado em voltar aos leilões, mas consideramos oportuno manter a atribuição ilimitada” de liquidez, reconheceu Trichet em uma coletiva de imprensa em Frankfurt (oeste da Alemanha), após a reunião do conselho de governadores da instituição.
O BCE decidiu também prolongar suas operações de empréstimo aos bancos a uma semana e um mês nas mesmas condições, que a princípio deveriam terminar em janeiro, “enquanto for necessário e pelo menos até 12 de abril de 2011”, acrescentou Trichet.
Os governadores do instituto emissor mantiveram sem mudanças sua taxa básica de juros em 1%, o nível mais baixo da história do BCE, que permanece assim desde maio de 2009.
Trichet considerou que a recuperação econômica na Eurozona mantém uma dinâmica “positiva”, ainda que com uma “incerteza elevada”. Declarou também que “o conselho de governadores segue considerando as taxas básicas atuais como apropriadas”.
Os mercados e os analistas estavam muito atentos às medidas anunciadas nesta quinta-feira, em um momento em que muitos dos bancos dos países mais endividados da eurozona dependem da liquidez do BCE para se financiar.
Os mercados esperavam também um anúncio contundente do BCE sobre seu programa de compras semanais de obrigações públicas, para devolver a calma aos mercados e contribuir para reduzir os juros da dívida de países como
Espanha, Portugal e Itália, que nas últimas semanas alcançaram níveis recorde. No entanto, Trichet foi sucinto sobre o assunto e disse apenas que “o programa continua”, negando-se a dar números.
“Não se trata de flexibilização quantitativa (ou seja, aumentar a quantidade de moeda em circulação), simplesmente absorvemos toda a liquidez”, declarou Trichet. Desde o início deste programa excepcional em maio, em plena crise da dívida soberana grega, o BCE comprou 67 bilhões de euros de dívida pública. Entretanto, para evitar o aumento da oferta de moeda em circulação, o que teria um impacto sobre a inflação, o BCE retira todas as semanas do mercado quantidades equivalentes de liquidez.
O Banco Central Europeu também renovou suas previsões de crescimento e inflação na eurozona, composta por 16 países. O BCE espera um crescimento de 1,7% em 2012 na zona do euro, segundo uma primeira estimativa, e manteve sem mudanças seu prognóstico de crescimento para 2011 em 1,4%.
Para 2010, o BCE revisou sua previsão de crescimento levemente à alta, a 1,7%, contra o 1,6% previsto até agora. A inflação na zona do euro alcançará 1,8% em 2011 (contra o 1,7% previsto anteriormente), e 1,5% em 2012. Para 2010, será de 1,6%, segundo o BCE, que mantém sem mudanças sua previsão anterior, feita em setembro.
O BCE tem por missão manter a alta dos preços na zona do euro a um nível inferior, mas próximo a 2%. Estas são as previsões macroeconômicas trimestrais atualizadas para a zona do euro em 2010, 2011 e 2012, publicadas nesta quinta-feira pelo BCE.
As previsões anteriores remontam ao mês de setembro, e figuram entre parênteses. As previsões para 2012 são as primeiras publicadas pelo BCE. Os números indicados são médias calculadas pela AFP, já que o BCE publica suas previsões com uma margem de valores.
Com agências
FONTE: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=142952&id_secao=2