Conselho militar diz que eleição no Egito acontece no dia 28
Conselho militar diz que eleição no Egito acontece no dia 28
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Junta Militar egípcia afirmou nesta quinta-feira que o país está preparado para as eleições legislativas programadas para a próxima segunda-feira, dia 28, e prometeu garantir a segurança durante o período de votação.
Manifestantes que ocupam a praça Tahrir desde sábado querem que o pleito seja adiado e que um conselho de anciãos substitua os militares no comando do país. Os protestos atuais são vistos como uma segunda fase decisiva para o Egito após as revoltas de janeiro que derrubaram o ditador Hosni Mubarak.
Em entrevista coletiva para apresentar as eleições, o general Mokhtar el Mulla defendeu que “Tahrir não é o Egito”, em referência aos milhares de manifestantes que pedem a renúncia do conselho militar.
“Haver eleições agora, como o planejado, é a melhor forma de ajudar o país em momentos problemáticos como esse”, disse ele, ressaltando que em junho de 2012, os egípcios devem escolher seu novo presidente.
O general afirmou ainda que o CSFA (Conselho Superior das Forças Armadas) não está buscando mais poder, por considerar o interesse do país mais importante que isso, e nunca quis substituir a legislatura. Segundo ele, a junta espera apontar um novo governo antes mesmo das eleições.
“O mais importante agora é pararmos a violência contra os manifestantes. O direito de protestar é de todos, a menos que haja distúrbios”, reforçou.
Uma trégua entre a polícia egípcia e manifestantes durante a madrugada desta quinta-feira conseguiu aplacar a violência que matou 39 pessoas em cinco dias e deixou mais de 3.000 feridos, mas as pessoas que estão protestando na praça Tahrir, no Cairo, prometeram ficar no local até que o Exército renuncie ao poder.
PEDIDO DE DESCULPAS
O conselho militar, que atualmente governa o Egito e que prometeu realizar as eleições parlamentares como previsto na segunda-feira, disse estar fazendo todo o possível para “impedir a repetição desses eventos”.
As Forças Armadas do Egito apresentaram nesta quinta-feira um pedido formal de desculpas pelas mortes registradas nos violentos confrontos entre as forças de segurança e manifestantes que pediam a transferência de poder na mão dos militares para os civis.
O conselho pediu desculpas em nota, ofereceu suas condolências às famílias dos mortos, e prometeu uma rápida investigação para descobrir quem estava por trás dos incidentes.
Em um comunicado publicado em sua página no Facebook, o CSFA “lamenta e apresenta suas profundas desculpas pela morte como mártires de filhos leais ao Egito nos recentes acontecimentos da praça Tahrir”.
A junta militar assumiu o poder no Egito em 11 de fevereiro, substituindo o presidente Hosni Mubarak, deposto após uma rebelião popular que teve como epicentro a praça Tahrir, no Cairo.
Sob intensa pressão de protestos nas ruas, o chefe da junta militar egípcia prometeu na noite de terça-feira transferir até julho o poder a um presidente civil, e fez uma oferta condicional para um fim imediato do regime militar.
Nas últimas semanas, manifestantes, em sua maioria islamitas e jovens ativistas, vêm protestando contra um projeto de Constituição que, segundo eles, permitiria que os militares mantivessem muito poder. Segundo o projeto, os militares e seu orçamento não ficariam sujeitos a uma supervisão civil.